Salmo 22 /21 _ “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
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São João Damasceno (676-749)
4 de dezembro
Santo que une os lados oriental e ocidental da Igreja. “Damasceno” quer dizer “de Damasco”, a capital, até hoje da Síria. Os árabes já tinham dominado as terras cristãs, incluindo a Síria. Os seus califas governavam de Damasco, e apelavam para ajudarem no governo, a cristãos bem preparados, como, primeiro o pai, depois, o filho, João, educado por um monge siciliano, Cosme, que fora levado à Síria como escravo, pois as embarcações muçulmanas já atacavam os cristãos pelas praias do mar Mediterrâneo. Por vários anos, João foi “logoleta”, representante dos cristãos acreditado junto ao Califa.
O convívio com Cosme, o monge, que se tornou Bispo de Maiouna, fez nascer em João a vocação monacal, assim mudou para Jerusalém, no mosteiro (“laura”) de São Sabas, onde veio a ser ordenado Padre. Recebeu o encargo de ser pregador na Basílica do Santo Sepulcro.
Na verdade, ele é tido como o último dos grandes “padres” gregos, isto é, da nata dos grandes escritores e pregadores cristãos daqueles primeiros séculos, lido e respeitado até nossos dias, e o primeiro dos pensadores cristãos, conhecedor da filosofia grega, em particular de Aristóteles, no que foi predecessor de Santo Alberto Magno e de Santo Tomás de Aquino.
São João Damasceno foi o autor do primeiro tratado de teologia, “Fonte do Conhecimento”. Ficou conhecido no mundo cristão da época com seus “Três discursos em favor das sagradas imagens”, naqueles anos em que a influência muçulmana marcava setores do mundo cristão contra qualquer figuração de Deus e da religião. O próprio imperador do que sobrava dos domínios cristãos em torno de Constantinopla, Leão, o Isáurico, era “iconoclasta”, a favor da proibição das imagens e da destruição das existentes, consideradas como favoráveis à idolatria. O próprio Patriarca de Constantinopla, Germano, defensor da tradição da veneração das imagens sagradas, foi deposto pelo Imperador.
Mas a autoridade imperial não chegava a Jerusalém, onde pregava São João Damasceno. Os muçulmanos eram muitíssimo mais tolerantes! Então tentaram intrigas, como uma falsa carta do Santo, que proporia uma conspiração contra o Califa, mas que não deu resultado.
O Concílio de Nicéia acolheu a doutrina teológica de São João Damasceno e o Papa Leão XIII, em 1890, o proclamou Doutor da Igreja.
Que ele nos alcance a graça de um honesto e produtivo diálogo dos cristãos entre si e com os irmãos muçulmanos!
