Logo depois da grande festa do Natal, celebra-se a festa de São João, Apóstolo e Evangelista, o discípulo amado de Nosso Senhor. Ele, em nosso nome de discípulos, recebeu Maria Nossa Senhora, a Mãe do Salvador, como sua mesma Mãe e nossa também, aos pés da Cruz: “Eis aí tua Mãe”. Carinhosamente, ele a levou para sua casa (ver Jo 19). Algumas tradições dizem até que ele a teria levado para morar com ele em Éfeso. Outra tradição, mais sólida, diz que Nossa Senhora adormeceu em Deus e foi levada de corpo e alma para os céus em Jerusalém. Só então os Apóstolos teriam partido em missão pelo mundo afora, levando a esplêndida Boa Nova: “Vimos o Senhor! Ele ressuscitou! Está vivo e não morre mais”! E todos, tirando João, morreram mártires e são as colunas da Igreja (ver Gl 2,9) e seus nomes estão inscritos nos alicerces da Cidade de Deus (ver Ap 21,14).
João observava com muita atenção, atenção que brotava da amizade e da intimidade que lhe eram dadas pelo Espírito, o Mestre. Assim, como Maria Santíssima, guardava Suas palavras no coração. Tendo escrito seu Evangelho, o quarto, depois dos demais, aproveitou o tesouro de sua memória – quantas vezes não repetiu o que tinha em seu peito para seus ouvintes durante sua longa vida! – para enfatizar o que podia completar e esclarecer as breves narrativas dos outros evangelistas. Assim não descreve a consagração eucarística na Santa Ceia, mas recorda as palavras de Jesus, incluindo sua prece sacerdotal (Jo 17).
Autor do 4º evangelho, a ele também são atribuídas três Cartas, sendo que a primeira é especialmente amada como a “constituição” do amor. É nela e só nela que lemos: “Deus é Amor” (1Jo 4,8). Além disso, é tradição constante que é dele também o Livro do Apocalipse, admirável “resumo” de toda a Santa Bíblia, recuperando visões do passado, aplicando-as ao presente de lutas da Igreja no seu tempo e valendo para nossos dias com vigo profético.
Seu prólogo ou prefácio ao 4º Evangelho é uma maravilha de estilo e de doutrina. Podemos resumi-lo com o refrão: “A Luz resplandeceu, em plena escuridão! Jamais irão as trevas vencer o seu clarão!”
Vamos concluir com três palavras decisivas que encerram o Apocalipse e todas as Escrituras: “Amém! Aleluia! Vem, Senhor Jesus!”