Santa Josefina Bakita (? – 1947)
(8 de fevereiro)
Primeira santa africana, nem ela, raptada por mercadores de escravos na região do Sudão, sabia dizer onde nascera e quando. Foi vendida e comprada várias vezes, e seu nome Bakita, que quer dizer “Abençoada”, lhe foi atribuído pelos seus sequestradores. Depois de ser escrava também de uma cruel patroa turca, muçulmana, ela foi adquirida por um cônsul italiano, Calixto Legnani, que logo a alforriou. Assim se explica como foi para a Itália, onde teve contato com as religiosas canossianas, sendo preparada para o Batismo e a 1ª Comunhão. Foi então que recebeu o nome de Josefina. Mais tarde, foi recebida na congregação, para grande mérito das Irmãs, pois, aqui no Brasil, ainda não se acolhiam afrodescendentes na vida religiosa. Para ser recebido pelos carmelitas, Frei Jesuíno do Monte Carmelo foi declarado branco por um decreto do Regente Uno, seu amigo, Padre Feijó.
Entre as canossianas, Irmã Josefina exerceu várias funções, entre elas de recepcionista no Colégio, onde ficou conhecida das famílias e muito estimada, exercendo o papel de consoladora no período a Primeira Grande Guerra. Houve um período em que percorreu vários lugares da Itália em favor das vocações canossianas. Destacou-se por sua devoção eucarística e carinho com os pobres e desamparados, a quem servia de muito boa vontade. Foi, então, apelidada de “Madre Moèta”, “Mãe Moreninha”.
Faleceu no convento canossiano de Schio, em 1947, com a provável idade de 78 anos. Foi enterrada no começo na capela de uma família de Schio, os Gasparella, provavelmente na espera de um sepultamento definitivo no Templo da Sagrada família. E assim foi em 1969, quando o corpo – encontrado incorrupto de Bakhita – foi sepultado sob o altar da Igreja do mesmo convento.
Foi beatificada em 1992 e canonizada em Roma, pelo Papa São João Paulo II, em outubro de 2000. O milagre da canonização foi a cura surpreendente de Eva Maria da Costa, em Santos / SP. Perto do local do milagre, hoje há uma capela dedicada a sua veneração.