A Mãe de Jesus e os três ” S “
Com Maria, a “menina que Deus amou e escolheu”, nós temos muito, muito a aprender. Maria significa a bem-amada de Deus. Ela é a cheia de graça. Maria foi a mulher perseverante, fiel, dócil aos apelos do Senhor. Maria é modelo do “silêncio” e da “escuta”. A palavra de Deus só pode tocar o coração daquele que está disponível, em estado de “escuta”.
Maria é a mulher dos três “S “ – Sim – Silêncio – Serviço.
1. Maria do Sim
“O primeiro “S” está no seu ‘sim’. Maria é a mulher do ‘sim’ sem retorno: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a vossa Palavra’ (Lc 1, 38), respondeu ao Anjo. Com certeza, cada dia, diante de inúmeros desafios, ela teve que renovar aquele ‘sim’.
Maria respondeu com toda inteireza: “Eis aqui a servidora do Senhor” (Lc 1,38). Ela não pensou em vantagens, em glórias, em ser famosa, e sim no verdadeiro serviço.
A Bíblia nos diz muito pouco acerca de Maria. Por outro lado, tudo o que sabemos sobre sua vida aponta para o Seu amado Filho e Salvador. Ela também não disse muitas coisas; no entanto, disse uma palavra que mudou toda a História. Maria disse: – SIM!
Essa pequena palavra veio do coração puro de uma mulher simples, que poderia ter dito não com a mesma facilidade. Em vez disso, Maria se entregou por completo a Deus que se dera primeiro a Ela.
O Sim de Maria fez com que o Verbo se fizesse presença. Ela deu seu “sim” a esse desígnio de amor.
Maria está disposta a fazer o que Deus lhe pedir, seja o que for. Esta é a atitude de um coração que se educou para dizer “sim” em cada pequena coisa, para pensar primeiro nos outros do que em si mesmo. Abertura e generosidade sem medidas, por amor a Deus e ao próximo.
2. Maria do Silêncio
Maria, de fato, é a mulher do silêncio. Guardava tudo e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19). Aqui, não se trata de ausência de palavras, mas de algo mais profundo: o silêncio interior. Às vezes, é como se vivêssemos na periferia de nós mesmos, distraídos por mil coisas. Deus passa na nossa vida e não nos damos conta. Santo Agostinho dizia que “A palavra deve nascer do silêncio e o silêncio da palavra (…) Para ver a Deus, é necessário o silêncio”.
“O mundo está doente de barulho. O silêncio é uma ‘profecia’ e uma forma de escutar a Deus e escutar os outros. A devoção a N. Sra. do Silêncio nos pede, com uma das mãos, para ‘ficarmos quietos’, e, com a outra, nos propõe que esse silêncio seja de adora-ção e cheio de fascínio. Maria é a catedral do Silêncio, onde ressoa a Palavra Eterna.
A ‘ditadura do barulho’ gera confusão, descaminho, tristeza. O barulho nos deixa surdos diante das coisas que realmente importam na vida. O mundo nos propõe a apa-rência e o barulho que nos distrai de Deus e do amor ao nosso próximo.
O silêncio nos faz enxergar verdades sobre nós mesmos e os outros. Ele nos traz a novidade de uma visão renovada da realidade e dos outros; nos faz julgar menos e amar mais. O silêncio nos abre à misericórdia de Deus, ao perdão dos outros e à expectativa de ser melhores”.
O que o silêncio nos oferece em nossos dias?
O silêncio nos faz enxergar verdades sobre nós mesmos e os outros. Ele nos traz a novidade de uma visão renovada da realidade e dos outros; nos faz julgar menos e amar mais. O silêncio nos abre à misericórdia de Deus, ao perdão dos outros e à expectativa de ser melhores.
Qual é o método do curso de silêncio?
É um método de “Cristoterapia” dirigido a todos nós, com três passos para sanar as enfermidades da alma. [Os três passos são] o silêncio, a Palavra de Deus e a Eucaristia” (Frei Emiliano Antenucci).
O medo do silêncio não é outra coisa que o medo de si mesmo, de se olhar no espelho da própria consciência, de reconhecer a própria identidade fragmentada. O silêncio é encontro amoroso com Deus que vai curando as nossas feridas, injetando em nós vida nova. Encontrar-se com o Senhor na sarça ardente e deixar-se queimar totalmente depois de ter tirado as sandálias do egoísmo e das seguranças humanas.
3. Maria do Serviço.
A Mãe Maria é aquela que está atenta, que enxerga as necessidades do outro, não fica centrada em si mesma, não por curiosidade, mas simplesmente para servir. É frequente estar per-to e não ver os outros, estar junto e não se dar conta das situações e dos problemas das pessoas.
Quão importante é reaprender a olhar! É decisivo ativar um “olhar contemplativo”, ca-paz de “ler” por detrás das situações e compreender o que está oculto no mais profundo de cada um.
Maria é a mulher que serve, diligente. Tão logo recebeu a visita do Anjo e a notícia de que Isabel estava grávida, deixou Nazaré e foi a casa de Isabel, em Ain Karin, para prestar-lhes seus serviços, até que a idosa prima desse a luz. Em Caná, Maria é aquela que vê, assume e age. Ela percebe as necessidades. O seu agir é simples, mas eficaz. Ela age, ela percebeu o constrangimento do casal. “Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles não têm mais vinho… Respondeu-lhe Jesus: – Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou”. Disse então sua mãe aos serventes: – “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 3-5).
Maria é o exemplo de discípula, que aprende com o Mestre e medita Suas palavras. Por isto, como doce discípula Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 19.51). Meditava e as guardava. Que nós tenhamos esse mesmo espírito serviçal de Maria, de fé, e de compaixão pelos que estão em dificuldade.
Assim acontece quando a gente se coloca a serviço dos outros. Aprendemos e ensinamos. Doamos e recebemos. Esta é uma das belezas do serviço, quando ele é realizado com liberdade, generosidade e desprendimento. Gratuitamente, sem pedir nem exigir, há um retorno do amor, pois, o serviço traz junto a reciprocidade. Quem recebe gestos de amor, com gratidão quer também fazer algo parecido, para o outro ou para os outros.
Ora, somente quem é livre pode tomar decisões. Somente quem é dono de sua vida, e não está submetido aos outros, pode fazer opções com inteireza. Servir por opção, não por pressão. Assim aconteceu com Maria. E Maria está conosco sempre, como servidora, mãe, exemplo e companheira do caminho!
Várias Fontes: _ Reelaborado por:
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ