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Os Livros de Samuel

Os Livros de Samuel*

Introdução

 

Os dois Livros de Samuel (Sm1 e 2) são assim chamados atualmente porque o vidente, profeta e último juiz de Israel, Samuel, é o personagem dominante nas velhas tradições e relatos históricos, que foram agrupados para conservar a memória não tanto das ações humanas, mas dos traços da ação providencial de Deus naquela época de transição, entre o período dos Juízes e o dos Reis.

Samuel é da linha dos juízes do povo da tribo de Efraim. Os outros são: Débora, Jefté e Sansão. Mas Samuel tem uma vocação mais ampla: ele é mediador da Palavra de Deus, ele é Profeta, e também Vidente e Sacerdote. Ele foi chamado a ser Profeta ainda adolescente, quando protegido de Eli, o sacerdote guardião da Arca da Aliança.

Israel daqueles anos (séculos 11 e 10 aC) está ameaçado pelos poderosos filisteus do litoral, além de outros adversários do interior. Havia um debate, que iria perdurar entre os mais conservadores, que preferem uma frouxa confederação das tribos, com união eventual em torno da ação carismática de um juiz ou juíza, e os inovadores, que queriam o regime monárquico: reis se sucedendo, uma instituição permanente para dirigir um exército e defender o povo.

Alguém relacionou as memórias escritas ou não desta fase de transição em belo hebraico e com maestria narrativa, sem ocultar os defeitos e vacilações do povo e dos heróis, como Samuel e Davi, mas sempre atento ao papel de Deus, que, se nos dá autonomia, nunca deixa de estar presente na nossa história. O Autor também não deixa de manter versões diferentes, quando, aparentemente, não tem como se posicionar por alguma delas.

Discutem os peritos sobre a historicidade dos relatos. A maioria pensa que os dois livros contêm informações confiáveis sobre o período, embora não em todas as páginas. Minoria radical classifica a obra toda como ficção.

 

A infância de Samuel (1Sm 1-2)

Samuel teve um nascimento prodigioso, daqueles nascimentos bíblicos, como o de João Batista, que atestam a preferência de Deus pelos pobres, necessitados e, particularmente as estéreis. Assim, a escolha divina por Israel, povo pequenino até hoje, mas que continua vivo e presente na história, enquanto grandes nações se erguem e desaparecem, se revela nos relatos do quotidiano dos ignorados pela grande história dos reis e chefes de guerra.

O pai de Samuel se chamava Elcana, e tinha duas esposas. Uma delas, Ana, sofria a esterilidade, objeto de desprezo da outra e da sociedade, como acontecia por muitos séculos em quase toda a humanidade. Elcana costumava peregrinar cada ano até Silo, onde se encontravam a Tenda e a Arca da Aliança, sob a guarda do sacerdote Eli, cujos dois filhos de nomes egípcios, Hofni e Finéias participavam, a seu modo e de maus modos, do serviço religioso do pai.

O que mais impressiona neste capítulo é a visão de Deus que transparece na prece de Ana (1Sm 1,11-12). Em lágrimas, ela recorreu a Ele, tão poderoso que podia sanar sua infecundidade, coisa que os humanos não podiam, mas tão compassivo, que podia se interessar pelos problemas de uma humilde camponesa.

Atendida, Ana foi apresentar Samuel a Eli, o sacerdote guardião da arca da aliança, para o serviço da tenda. Conservamos a oração de Ana, de grande beleza e devoção (1Sm 2,1-10), que anuncia o “Minha alma engrandece o Senhor” da Virgem Maria (Lc 1,46-55). Leiamos um pequeno trecho: “Os arcos dos valentes se rompem, mas os covardes se cingem de coragem; os fartos são contratados por pão, mas os famintos engordam; a mulher estéril dá à luz sete filhos, mas a mãe de muitos fica estéril”.

O canto de Ana se apresenta, na versão que nos é dada na Bíblia, como o canto de um povo pequeno, ameaçado por forças maiores e que aposta tudo na proteção do seu Deus, Deus de Abraão, Isaac e Jacó, Deus dos humildes, que rejeita os orgulhosos (ver Lc 1,51-55).

 

Samuel e Eli (1Sm 2-4)

 

O menino Samuel, conforme a promessa da Mãe Ana, foi entregue ao serviço da Tenda e do sacerdote, Eli, pai dos dois jovens abusados, Hofni e Finéias. A esposa de Eli não é nomeada, mas os nomes egípcios dos filhos podem indicar que os modelos do grande reino pagão dos faraós seduziam a família, e que Eli não tinha ânimo de corrigi-los, embora soubesse que usavam sua condição para explorar o povo fiel e até os advertisse. Assim, “as ofertas ao Senhor ficavam desacreditadas” (1Sm 2,17). Como os dois não davam atenção ao pai, também não deram a um profeta (ver 1Sm 2,27-36).

Então, o adolescente Samuel vai ser convertido de um “seminarista” piedoso em porta voz do Altíssimo, dura missão, pois terá que censurar o próprio benfeitor (ver 1Sm 3). Como muitos de nós, ele não conhecia a voz do Senhor, e imaginou que o velho Eli o chamava durante a noite. Eli, embora sem forças para interromper o abuso dos filhos, mantinha o carisma sacerdotal e reconheceu que o Senhor se manifestava e ensinou a Samuel: “Vai te deitar. Se alguém te chamar, diz: ‘Fala, Senhor, que teu servo escuta!’ ” (1Sm 9). Assim fez o jovem, e o Senhor o mandou avisar a Eli que sua família seria destruída. Afinal, estavam construindo sua casa sobre a areia, e não no alicerce firme do serviço do Senhor (ver Mt 7,24).

Não é fácil ser profeta. Não é fácil ser cristão. Como diz nosso povo: “Só por Deus!”. Eli, desanimado, mas crente, aceitou o julgamento do Senhor. No entanto, não agiu: “Ele é o Senhor! Que Ele faça o que achar melhor!” (1Sm 3,18). Ora, o povo desunido e desmotivado, ferido na sua fé, foi derrotado pelos filisteus. Nem a confiança mágica que depositavam na Arca os salvou da derrota, onde morreram Hofni e Finéias, e a própria Arca da Aliança caiu em mãos pagãs. Diante das péssimas notícias, Eli caiu e rompeu a cabeça morrendo. Sua nora teve um parto antecipado, no qual morreu, e a seu menino foi dado um nome funesto: “Chamaram ao menino ‘Icabod’, dizendo: ‘A glória de Israel foi exilada’. Referiam-se à captura da Arca e à morte do sogro e do marido dela” (ver 1Sm 4,18-22).

 

Samuel: a Arca retorna e um rei é pedido (1Sm 5-8)

 

Os filisteus atribuíram à Arca uma série de epidemias, assim acabaram por se decidir a devolvê-la aos israelitas. Deste modo, o Autor confessa a fé no poder do Deus de Moisés: não foram forças humanas, que recuperaram a Arca, mas a providência divina a restituiu ao Povo Eleito. Há notícia também de uma derrota dos filisteus (ver 1Sm 7,10-13), que favoreceu Israel com um período de trégua.

No capítulo 8, Samuel, juiz itinerante (ver 1Sm 7,16) sofreu a amargura de ver contestada a nomeação que pretendeu fazer dos filhos: “Vê, estás velho e teus filhos não se comportam como tu. Nomeia para nós um rei que nos governe, como se faz em todas as nações” (1Sm 8,5).

Para surpresa do profeta, o Senhor respondeu: “Atende-os, mas avisa-os claramente, explicando-lhes os direitos do rei” (1Sm 8,9). Assim é da vontade divina que cresçamos em idade, sabedoria e graça e tomemos decisões adultas e responsáveis! Por isso, Samuel obedeceu contrariado, quando o povo gritou: “Não importa, queremos um rei! Assim seremos como os outros povos! Que nosso rei nos governe e saia à frente de nós para lutar na guerra!” (1Sm 8,20).

Samuel encontrou Saul, encontro que lhe tinha sido antecipado por revelação (ver 1Sm 9,16) e o ungiu rei (ver 1Sm 10,1-16). Outra versão: o profeta imaginou um sistema de sortes para convencer o povo a aceitar Saul como rei. Ele foi aceito, mas com certo desprezo: “Será que este vai nos salvar”? Afinal, Saul era um como todos e não lhes ofereceu presentes (ver 1Sm 10,20-27). A vitória sobre os amonitas fortaleceu sua realeza e uniu, por um tempo, o povo. No entanto, um versículo do texto mostra que estes acontecimentos já eram antigos, quando o relato foi escrito, e seu Autor não fora testemunha ocular deles: “Saul os passou em revista em Besec: eram 300 mil de Israel e 30 mil os de Judá” (1Sm 11,8). Portanto, quando este relato foi escrito, já tinham ficado para trás não só os anos de Samuel e Saul, mas os de Davi e Salomão, e a unidade das tribos havia sido rompida, para nunca mais ser recuperada: o texto data dos tempos dos Reinos do Norte, Israel, e do Sul, Judá, depois do reinado de Salomão!

 

Nos tempos do Rei Saul: versões diversas

 

Paulo Apóstolo, antes de ser “Paulo” foi “Saul” ou “Saulo” como todos nós sabemos. O Livro de Samuel, redigido muito depois dos eventos, no mínimo quando a unidade de Israel já tinha se quebrado nos dois reinos do norte e do sul (ver 1Sm 11,8), mantém versões diversas dos mesmos acontecimentos. O Autor não era um escritor contemporâneo nosso, que pode recorrer a bibliotecas, à Internet. E também não se interessava tanto em estabelecer a versão mais exata dos fatos, como em manifestar como, de um jeito ou de outro, a bênção do Deus de Abraão, Isaac e Jacó, nosso Deus Vivo e Verdadeiro, se mostra presente através de nossas confusões, recuos e insanidades.

Saul, pastor, era “jovem, belo”: “Nenhum dos filhos de Israel era mais formoso do que ele. Dos ombros para cima, ele ultrapassava todos do povo” (1Sm 9,2). Como ele chegou a se rei? Terá sido procurando jumentas perdidas (ver 1Sm 9,3-10,16), indo consultar o Vidente Samuel: “Outrora, em Israel, indo consultar a Deus, dizia-se: ‘Vamos ao vidente’; pois, outrora os profetas de hoje eram chamados videntes”  (1Sm 9,9)? Ou terá sido escolhido pelo recurso ao sorteio ( 1Sm 10,17-24)? Por que ele cairia em desgraça: por que teria usurpado a função sacerdotal (1Sm 13,8-15)? Ou porque não massacrou todos os prisioneiros amalecitas, como lhe teria sido ordenado pelo Profeta (1Sm 15)? E a ordem do Profeta não nos parece desumana, incompatível com Deus misericordioso? Também a morte de Saul tem duas versões: suicídio (1Sm 31) ou morte por um passante, a pedido dele mesmo (ver 2Sm 1). E Davi, terá entrado na corte graças à sua habilidade musical, acalmando as crises nervosas do rei (ver 1Sm 16,14-23); ou graças à sua espantosa vitória sobre o enorme guerreiro Golias (ver 1Sm 17)?

Se o Autor do tempo dos reis de Israel ou depois ainda não pôde apurar as respostas, não sejamos exigentes. A arqueologia comprovou que a fortaleza de Saul em Gabaá era uma modesta fortificação *. Temos de estudar mais!

* Ver verbete “Saul” no Dicionário Bíblico de John L. Mackensie, Paulinas / SP.

 

Afinal, quem foi Saul?

 

Claro, ele foi o primeiro rei de Israel, e se conservaram versões diversas sobre certos eventos de sua vida, postos por escrito por um Autor sério, honesto, mas muito distante daqueles confusos tempos. Notemos que não se menciona que Saul tenha sido um rei empenhado na organização do estado ou legislador. Era um chefe guerreiro, que conseguiu a gratidão duradoura de muitos do seu povo, mesmo a de Davi, por seu trabalho para manter afastada a dominação de vizinhos ameaçadores, sobretudo os filisteus da planície marítima. Agradecidos, os homens de Jabes de Gallad fizeram uma incursão a mão armada para resgatar seu corpo (ver 1Sm 11,1-13; 31,11-13). Davi o reconheceu: não há muitos peritos que duvidem da autenticidade histórica do seu cântico em honra de Saul, um dos grandes textos literários do Antigo Testamento (ver 2Sm 1,19-26). Um versículo de Isaías (10,29) demonstra que a tribo de Galaad se conservava ligada ao nome de Saul. De fato, se houve um reinado de Davi e, em seguida, de Salomão, é porque houve o alicerce colocado por Saul.

As várias notícias indicam que Saul sofreu de algum tipo de doença nervosa, que o levou não só a tentar assassinar Davi, a quem, no entanto, estimava, como a massacrar os sacerdotes de Nob (ver 1Sm 22,6-22). Seu próprio filho, Jônatas, também chefe militar de valor, e Micol, sua filha, que veio a ser esposa de Davi, já famoso por suas vitórias nas guerrilhas contra os filisteus, se mostraram preocupados com a saúde do seu pai e rei (ver 1Sm 19,1-8.11-24; 20,24-33; 21).

Saul foi uma pessoa muito humana, vítima de um distúrbio mental, com um destino complexo e trágico. O Autor sagrado nos informa que alguns atribuíram seu estado a um “espírito mau”, ou a “castigo de Deus”. Mas morreu heroicamente e o texto bíblico não o julga.

 

Saul vai a Endor (1Sm 28)

 

Naqueles tempos complexos, quando Israel ainda não era propriamente uma nação minimamente organizada, com instituições centrais, escribas atarefados em registrar contas, decretos, correspondência comercial e política, capazes de redigir textos de caráter mais histórico e religioso, havia recurso habitual a videntes (ver 1Sm 9,8-10). Saul mesmo teria tomado a medida drástica de “expulsar do país todos os invocadores dos espíritos dos mortos e adivinhos” (1Sm 28,3). Mas, homem do povo, conservava no seu íntimo, crença nos seus poderes sobrenaturais. Tendo Samuel morrido (ver 1Sm 28,3), Davi se tendo colocado a serviço de um rei filisteu (ver 1Sm 27,2), pressionado pelo mal estar interior e pelos inimigos exteriores, Saul fraquejou. Bem que tentou consultar o Senhor: “Mas o Senhor não lhe respondeu, nem pela sorte, nem pelos profetas” (1Sm 28,6). Por isso, o pobre rei disse a seus servidores: “Procurai uma mulher que evoque o espírito dos mortos, para que eu vá consultá-la” (1Sm 28,7). Saul, disfarçado, foi ao lugarejo de Endor, no sopé do monte Tabor, e recorreu aos serviços da feiticeira.

O que terá acontecido entre os dois? Certamente nunca saberemos. Num encontro noturno, e, quanto saibamos, sem testemunho de terceiros, o rei, disfarçado, pediu que a mulher invocasse Samuel. Ora, ela não contaria nada a ninguém, pelo medo de ser expulsa ou morta. Saul não teria nenhum interesse em divulgar os acontecimentos. Sabia que contrariava suas próprias decisões públicas. Sabia que perderia ainda mais credibilidade se suas tropas, acampadas diante de uma poderosa força dos filisteus, soubessem de seus temores e fraquezas, e, muito mais, da resposta negativa, que lhe teria dado o espírito de Samuel. Assim, não estamos diante de um relato de testemunhas oculares, mas de uma notícia que cresceu com o tempo e virou uma cena dramática, com Samuel se manifestando como um fantasma e anunciando a derrota e a morte do infeliz Saul, que, no entanto, enfrentou a batalha nos montes Gelboé. Ali as forças de Israel foram amplamente superadas, ele e Jônatas também foram contados entre os mortos, com outros dois filhos do rei: Abinadab e Melquisua (ver 1Sm 31). Davi se tornou o único líder disponível entre os israelitas. Começava um novo tempo.

 

Davi Rei (2Sm 1-5)

 

Podemos ler os dois Livros de Samuel sem cair na conta de que nele confluem duas correntes: a monárquica e a anti-monárquica. Samuel, juiz, cedeu aos desejos do povo de ter um monarca, um rei, como todos os outros povos. Assim, de modo claro, a “opinião pública” põe sua confiança numa instituição incapaz de salvar. Por outro lado, o Senhor continua sendo o que, de fato, salva o povo. Saul tentou travar o crescimento de Davi, o jovem herói, de cuja crescente popularidade tinha ciúmes. No entanto, a derrota nos montes Gelboé abriu caminho para Davi.

Os relatos sempre insistem na generosidade de Davi (ver 1Sm 24 e 26). Registram também sua habilidade política: assim, nos últimos dias de Saul, enviou presentes aos líderes da tribo de Judá, resultados de uma campanha contra os amalecitas, que tinham aprisionado suas duas esposas (ver 1Sm 28,26-31). Sabedor da morte de Saul, ele não hesitou em executar o homem que se dizia responsável por este feito: “Como não receaste em levantar a mão para matar o Ungido de Deus?” (ver 2Sm 1,14-16). Publicamente, entoou um cântico de lamentação sobre Saul, Jônatas e os que tinham perdido a vida na derrota nos montes Gelboé (ver 2Sm 1,17-27). A tribo de Judá o proclamou rei, enquanto o comandante Abner fez rei das tribos do norte um filho de Saul, Isbaal. Seguiu-se guerra civil, “que se prolongou por muito tempo” (2Sm3,1). Um incidente doméstico ocasionou a ruptura de Abner com Isbaal. Abner providenciou a adesão das tribos do norte à realeza de Davi, com a promessa de um chefe apto para vencer os filisteus. Mas o principal chefe de guerra de Davi, Joab, enciumado, organizou uma armadilha e o matou. Davi, talvez de bom coração, mas, certamente, bom diplomata, chorou a morte de Abner, como puniu os assassinos do filho de Jônatas, deficiente físico, Meribaal, mas não castigou Joab (ver 2Sm 3-4).

Assim, afinal, Davi foi procurado pelas lideranças das tribos do norte em sua residência, em Hebron, e se tornou rei de todo Israel. E até hoje sua estrela brilha entre os descendentes de Israel, que usam a “estrela de Davi”, inclusive na bandeira do atual Estado de Israel.

 

Davi e seu pecado (2Sm 11-12)

 

Davi tinha deixou um retrato com contrastes na Bíblia. Os autores bíblicos não deixaram de registrar sua grandeza de alma em vários episódios, por exemplo, como acolheu Meribaal (ver 2Sm 9), mas censuraram e narraram seu pecado de adultério, falsidade e homicídio.

Lembrando a “crônica de Davi”, famosa em toda literatura antiga, por ter censurado claramente o maior herói do antigo Israel, fato único no campo imenso da literatura daqueles tempos, mas também famosa porque tudo indica que foi escrita por alguém muito próximo dos acontecimentos narrados, podemos dizer que ela começou com a preguiça. Davi gozava de um harém e já não saía em campo contra os que atacavam Israel, mas ficava no palácio. O Autor sagrado descreve como ele passeava no terraço. Espanta-nos como a linda Betsabé, esposa de Urias se banhasse em lugar visível ao rei. Davi se informou e lhe disseram que ela era esposa de um dos seus bravos, o heteu Urias.

Enfim, o adultério foi cometido, a mulher engravidou, e Davi quis esconder seu delito, chamando Urias da frente de batalha, e tentando que ele dormisse com a esposa, para, depois, acreditar ser pai da criança, que viesse a nascer. Como Urias não aceitou as insinuações do rei, permanecendo no quartel, Davi pecou: enviou pelo próprio Urias uma mensagem a Joab, para que ele fosse morto. Joab seguiu a ordem real, mas sacrificando um pelotão de soldados. Assim Davi se fez réu de uma chacina, colocando-se nas mãos de Joab.

Compreende-se como Joab pôde ignorar a ordem de Davi de poupar o seu filho rebelde, Absalão, e o varar com sua lança (1Rs 18). No leito de morte, Davi recomendou a seu herdeiro, seu filho com Betsabé, Salomão, que eliminasse Joab (1Rs 2,5-6).

*IIustração: Samuel ouve o chamado do Senhor

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Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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