Os bloqueios do caminho
• Campos minados:
Prepare o seu coração para o encontro com a Trindade… Procure um lugar tranquilo. Aquiete seu coração… sua mente… sua vontade… Respire lenta e profundamente algumas vezes. Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza este momento de oração.
Pedir a graça: – Pedir a luz de Deus; que ela penetre até as raízes do nosso ser, de nosso agir, de nosso pecado.
Somos um campo disputado por forças contrastantes que nos impelem em direções opostas. Como diz a Escritura, atuam em nós “espíritos” diversos. Como nos diz São Paulo: “Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero” ( Rm 7, 19 ).
Somos como campos minados, sem o conhecimento exato do local das minas. Após a guerra das Malvinas, ( Abril –Junho de 1982), os ingleses tiveram grande problema para desativar as minas. Na ânsia de impedir o ataque, os argentinos minaram várias áreas de mar e terra, sem mapeá-las. Sabia-se da existência das minas; não porém, onde se encontravam.
Há algo disso dentro de nós… A realidade diária em seu tumulto não nos dá o tempo de mapear nossas minas. E elas aí estão, fora de controle, sem que as possamos desativar.
Ainda no mesmo contexto… É bom lembrar o afundamento do Hércules, um petroleiro gigantesco. Uma bomba se incrustara no segundo tanque, sem explodir. O risco de desarmá-la não compensava a perda do navio e mais de nove milhões de dólares de seguro. E puseram a pique… Afundaram.
Somos, por vezes, como o Hércules. Tudo está bem… Tudo funcionando… Mas, há uma bomba não detonada em nós… um ponto intocável que nos compromete a existência e nos põe a perder.
Através da oração, no encontro profundo com Deus e conosco é possível mapear nossas minas e talvez desativá-las. Boa parte de nossos problemas, têm, em nós mesmos, a sua raiz; enquanto não rastreamos, dentro de nós, essas origens, atribuímos tudo aos outros ou a Deus. E… no entanto, cabe a nós, por primeiro, desarmar-nos. Se não fizermos isso, nunca seremos o que deveríamos ser: – Presenças de amor na vida. Perdemos a vida e muitos outros também a perdem: tantos que de nós dependem ou são atingidos pelo que somos ou fazemos.
A oração profunda revela-nos o que somos, sem ilusões e enganos, sem máscaras.
Texto iluminativo:
• II Sm 11, 1 – 27 “O procedimento de Davi desagradara ao Senhor”.
• Mq 7. 11 – 19 . “Lança nosso pecados nas profundezas do mar”.
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ