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Uma festa que ficou na história
Foi num povoado chamado Caná, nas abas do Monte Tabor, não longe das águas limpas do Mar da Galileia, terra de bons vinhos. As gentes daqueles lugares eram aparentadas, e um casamento era sempre ocasião de mandar recados para vários lugares, chamando para a festa. Casamentos e festas de casamentos eram comuns. Só que este iria entrar na história. Ficou conhecido como “as bodas de Caná”.
Jesus já tinha ido às margens do Jordão, entrado na fila dos penitentes e determinado que João o batizasse, apesar da resistência do primo: “Sou eu quem precisa ser batizado e tu vens a mim”? (Mt3,14). Ele já tinha alguns seguidores, que, com Maria e ele também foram ao casamento: André e seu irmão, Simão, a quem dera o nome de Pedro, Filipe, Natanael (Bartolomeu).
Para conhecer melhor Maria, temos de observar como ele ajudava nas coisas da festa e logo reparou que o vinho estava acabando. Não eram ricos aqueles noivos e muita gente se tinha juntado. Ela acreditava que “Deus vê e Deus provê”. Foi então falar com o Filho: “Eles não têm vinho”.
Jesus sabia que se agisse, daria um sinal de quem era e de sua missão. Ele poderia ficar mais tempo apoiando a Mãe muito amada. Afinal era filho único. Só ele, nos Evangelhos é chamado de Filho de Maria. Neste momento, ele revela quem é Maria: a Mulher inimiga do demônio, a Antiga Serpente, a seus pés (ver Gn 3,15), a Mulher coroada de estrelas, revestida de sol, tendo a lua a seus pés (ver Ap 12), a Mãe d’Ele, o Messias. Ela entendeu seu Menino: “Ainda não chegou minha hora”, “ainda posso ficar mais tempo em Nazaré”.
Muitas mães têm encorajado seus filhos a saírem da terra natal em busca de emprego, ou por causa do emprego. Quantas se despediram com valentia, sem saber se eles voltariam da guerra ou da luta, como servidores da saúde, trabalhando contra epidemias. Maria agiu como Mãe coragem. Não vacilou em dar seu Filho ao mundo. Voltou-se, serena, dona de si, para os empregados e lhes disse: “Façam tudo o que Ele lhes disser”.
Podemos facilmente imaginar que, em particular, ela terá dito alguma coisa assim a seu Jesus: “Não te preocupes comigo: estas mãos que Deus me deu e que te criaram, enquanto Ele me der força e saúde, não me deixarão faltar nada, com tua bênção, meu Filho querido”.
Quantas mães têm criado filhos sozinhas, sem perder o ânimo! Maria tem muitas seguidoras!
Nossa Senhora de Caná, Mãe Coragem, Virgem Invicta,
Rogai pelas Mães lutadoras!