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O menino e o Padre na caverna – o homem é um macaco evoluído?

O Padre e o Menino

Como o ser humano é diferente!

Extraído de “O Homem Eterno”, por G. K. Chesterton,, Mundo Cristão / SP 2ª ed 2018, pp 32 ss

Um Sacerdote e um menino entraram num buraco das montanhas e passaram por uma espécie de túnel subterrâneo, que conduzia a um destes labirintos de corredores secretos cavados na rocha (…) á, por exemplo, algo de estranhamente simbólico no pormenor de que os primeiros intrusos naquele mundo subterrâneo tenham sido o sacerdote e o menino, tipos que simbolizam a antiguidade e a juventude do mundo. Mais estou aqui mais preocupado com o simbolismo de menino com o do sacerdote (…) Suponhamos que alguém, com aquele realismo simples e intacto , que faz parte da inocência, fizesse essa jornada até o fim, não visando o que pudesse deduzir ou demonstrar em alguma empoeirada discussão de revista, mas simplesmente para ver o que fosse possível.

O que ele viu foi uma caverna tão distante da luz, que poderia ter sido a lendária caverna Domdaniel no fundo do mar. Esse aposento secreto de rocha, ao ser iluminado depois d seu alonga noite de séculos incontáveis, revelou em suas paredes enormes, contornos feitos em argila de várias cores. E quando os visitantes acompanharam suas linhas, reconheceram, através daquele vasto vão de séculos, o movimento e o gesto de mão humana. Eram desenhos ou pinturas de animais e tinham sido desenhados não apenas por um homem, mas por um artista.

Apesar de todas as limitações possíveis, eles exibiam o amor pelo traço longo e curvo ou longo e ondulado, que qualquer um que tenha desenhado ou tentado desenhar há de reconhecer. E, a respeito deste traço, nenhum artista aceitará se contestado por nenhum cientista.

Os desenhos mostravam o espírito experimental e aventureiro do artista, o espírito que, em vez de evitar, tenta o que é difícil, como no ponto em que o desenhista havia representado o movimento da rena ao virar completamente a cabeça para farejar a própria cauda, ação bastante comum no cavalo. Há muitos modernos pintores de animais, para os quais representar esta cena seria uma tarefa bastante difícil.

Nesse e em outros vinte pormenores fica claro que o artista havia observado os animais com certo interesse e, presumivelmente, com certo prazer. Nesse sentido, pareceria que ele não somente era um artista, mas também um naturalista, o tipo do naturalista que é, realmente, natural.

(…) O homem havia desenhado um cervo adulto de cabeça virada exatamente como o menino havia desenhado um porco de olhos fechados, por que era difícil. O menino e o homem, sendo humanos, estariam unidos pela fraternidade dos homens, e a fraternidade dos homens é até mais nobre, quando une o abismo das eras do que quando une apenas o hiato que separa classes.

Seja como for, não haveria nenhuma prova do rude evolucionismo do homem das cavernas, pois não há nenhuma prova disto. Se alguém lhe dissesse que todas aquelas pinturas haviam sido desenhadas por São Francisco de Assis, motivado por puro amor pelos animais, não haveria nada na caverna que pudesse contradizer isto.

(…) No final das contas tudo se resumiria nisto: el havia chegado muito fundo e descoberto o lugar onde um homem desenhara um cervo. Mas teria de cavar muito fundo antes de que pudesse descobrir um lugar onde um cervo tivesse desenhado um homem.

O que soa como um truísmo, mas, nesse caso, trata-se de uma verdade tremenda: ele poderia descer a profundezas impensáveis, poderia ir ao fundo de continentes submersos, tão estranhos, quanto remotas estrelas, poderia ir parar no interior do mundo tão distante dos homens, quanto o outro lado da lua (…).

A criança não esperaria ver isto, como tampouco esperaria ver o gato arranhando na parede uma caricatura vingativa do cachorro (…) Para sua simplicidade devia parecer no mínimo estranho não encontrar nenhum vestígio de alguma arte em nenhum dos animais. Esta é a lição mais simples a aprender na caverna de pinturas coloridas, só que é simples demais para aprender. É a simples verdade que o homem difere dos animais em espécie, não em grau. E a prova disso soa como um truísmo dizer que o homem primitivo fez o desenho de um macaco, e soa como piada dizer que o macaco mais inteligente fez o desenho de um homem, Algo de divisão e proporção apareceu, algo único: a arte é a assinatura do homem.

(…) No fim das contas, o fato principal que o registro do homem das renas atesta, juntamente com todos os outros registros sabia desenhar e que as renas não. Se o homem das renas era tão animal quanto as renas, é ainda mais extraordinário o fato de que ele soubesse fazer o que todos os outros animais não sabiam. Se ele fosse um produto comum do desenvolvimento biológico, como qualquer outra fera ou ave, então é ainda mais extraordinário o fato de que ele não era minimamente parecido com nenhuma dessas feras ou aves, Ele parece mais até mais sobrenatural como um produto natural do que como um produto sobrenatural.

(…) É inútil começar dizendo que tudo é questão de lento e suave desenvolvimento de grau, pois na questão simples das pinturas não há de fato nenhum sinal desse desenvolvimento ou grau. Os macacos não começaram quadros e os homens os terminaram. O Pitecantropo não desenhava mal uma rena e o Homo Sapiens a desenhava bem. Os animais superiores não desenhavam retratos cada vez melhores, o cachorro não pintava melhor em sua melhor fase do que em seu estilo anterior, como chacal. O cavalo selvagem não era impressionista e o cavalo de raça pós-impressionista.

Tudo o que podemos dizer é dessa ideia de reproduzir coisas em forma de sombra o de forma representativa é que ela não existe em parte alguma da natureza com exceção do homem, e que não podemos sequer falar sobre ela sem tratar o homem como algo separado da natureza…

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Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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