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O Livro de Rute, antepassada de Jesus

O Livro de Rute

Noemi: ida e volta (Rt 1)

 

Noemi e seu marido, Elimelec, são apresentados como gente de Belém. Belém é a terra natal de Davi e de Cristo. Impossível não pensar na messianidade do Livro. O Autor não parece pensar apenas em questões religiosas do seu tempo, qualquer que ele seja, mas nos grandes destinos do povo. Acontecimentos humildes de gente simples estão na origem da realização da esperança de Israel, que vai desenvolvendo o desejo de cantar: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor”.

São gente humilde! À procura de trabalho, emigram para Moab. Elimelec morrendo, Noemi ainda permanece lá, com seus dois filhos, casados com mulheres moabitas: Rute, “A amiga” e Orpa, “A nuca”, talvez em alusão de que iria voltar a cabeça na direção da própria família moabita. Os dois também morrendo, Noemi se decide a voltar para Belém, mas, antes, quer que as noras voltem também para suas famílias: “Ide, voltai cada uma para a casa materna. O Senhor (Javé) use convosco de bondade, assim como usaste com os falecidos e para comigo. Que o Senhor conceda a cada uma o repouso na casa de um marido!” (Rt 1,8-9). As duas se abraçaram com ela e, chorando, insistindo em partir com a sogra. Orpa acaba tomando rumo para a própria família, mas Rute reafirma seu propósito de acompanhar Noemi. Como verdadeira “amiga”, verdadeiro “conforto”, declara: “Para onde quer que fores, irei eu. Onde quer que vivas, viverei eu. O teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morras, morrerei eu e ali serei sepultada” (Rt 1,16-17).

Sutilmente o Autor nos mostra que, enquanto Orpa volta para sua gente e “seu deus” (ver Rt 1,15), para desaparecer da história, Rute entra nesta história, entra, como sabemos, na genealogia do Cristo de Deus e permanece conosco até hoje! Só o Deus de Israel é verdadeiro e suporta bem a prova do tempo, que tudo destrói e muda. Assim sogra e nora voltaram a Belém.

 

Rute e Booz: um casamento feliz (Rt 2-4)

 

Pobres, viúvas e estrangeiros podiam recolher os restos da colheita (ver Lv 23,22). Assim, para alimentar a sogra, Rute vai respigar os campos de Booz, “O poderoso”, “O forte”, rico fazendeiro. Booz tinha ouvido falar da piedade e ternura de Rute para com a sogra, viúva e desamparada e age com grande delicadeza e generosidade para com ela. Quando Rute, muito contente, leva o produto de seu trabalho para Noemi, ela fica curiosa sobre quem era o benfeitor. Informada, exclama: “Abençoado seja o Senhor, que não cessa de mostrar Sua benevolência para com os vivos e os mortos! Este homem é nosso parente e um dos nossos ‘remidores’!” (ver Rt 1,20).

Paremos um pouco para percebermos como também naqueles tempos tão distantes, o povo eleito já acreditava na Providência! Talvez até dissessem alguma coisa como nós: “Deus vê e Deus provê!”. Outra coisa: “remidor” ou “resgatador” é aquele que tinha o “direito de resgate”, direito de compra da terra do familiar pobre e, parece, restabelecer a linhagem do familiar pelo casamento (ver Lv 25,47-49).

De fato, Rute, a conselho de Noemi, se ofereceu a Booz (ver Rt 3,1-8). Também a conselho da sogra, ela apela para “o direito do resgate”, que Booz aceita (ver Rt 9-12). Como havia o direito de um familiar mais próximo, Booz adquire dele o direito (ver Rt 4,1-12). Tudo bastante complicado para nós, leitores de hoje, mas também para os peritos, porque os costumes e legislação parecem bastante móveis e não há clareza atualmente sobre a questão jurídica: lei e prática. As explicações do Autor sagrado mencionam que se trata de costumes antigos, já não em vigor no seu tempo e dos seus leitores imediatos.

A bênção dos anciãos, testemunhas do acordo, já aponta para o futuro e um futuro maior do que simplesmente o da continuidade da pequena família de Elimelec e Noemi. Veremos!

Rute e Booz: “E foram felizes para sempre” (Rt 4)

 

Muita estória infantil terminava com a festa de casamento e o refrão: “E foram felizes para sempre”. Talvez pudéssemos dizer o mesmo do casamento de Rute, a moabita, e Booz, israelita. Mas o Livro de Rute, seja composto na antiguidade, seja no século II aC, como outros livros sapienciais, qualquer que seja seu Autor, não termina com a festa lá nos campos de Belém!

Já os anciãos, chamados a testemunhar o acordo pelo qual Booz pôde comprar o terreno de Noemi e adquirir o direito de se casar com Rute, entoam uma bênção, onde ouvimos ecoar a fé de Israel no Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus da Promessa: “Que o Senhor torne a mulher, que vai entrar em tua casa, semelhante a Raquel e a Lia, as duas mulheres que edificaram a Casa de Israel (as esposas de Jacó)! E tu te mostres ‘poderoso’ (= “Booz”) em Éfrata (“A fértil”, região de Belém), e te tornes célebre em Belém (“A casa do pão”)! A tua casa se torne semelhante a de Farés, que Tamar (outra estrangeira, como Rute) deu à luz para Judá, graças à descendência que o Senhor dará a esta jovem (Rute)”! Para quem tem fé existe futuro!

O Livro de Rute certamente vai contra todo o fechamento patrocinado (Esd 9,12 e 10,2) por Esdras, depois da volta do Exílio da Babilônia, fortemente contra todo casamento com mulheres não judias. O Autor de Rute recorda que a mesma descendência de Judá, antepassado dos Belemitas, se deve ao filho de Tamar, outra estrangeira, como Rute (ver Gn 38). E vai acrescentar, que o filho de Booz e Rute, Obed (“O servidor de Deus”, como o nome de seu pai, Elimelec, “Deus é meu rei”) vai ser o avô do grande rei Davi, de onde sairia o Messias! Nas nossas linhas tortas, o Senhor Deus, acima dos tempos, vai “escrevendo” a História de nossa Salvação.

Assim, Jesus, não tem “sangue puro”, uma fantasia das mais bobas, embora assassina, porque, no tempo dos testes do DNA, sabemos que a raça humana é toda misturada! Jesus, como mostra o Livro de Rute e, mais tarde, São Mateus (ver Mt 1), é “filho do homem”, não só “filho de Israel”, e veio inserido na humanidade, e não só na Casa de Jacó, para nos salvar a todos. Bendito seja!

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Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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