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Maria, quem é – capítulos 1 a17

MARIA: QUEM É

R. Paiva,SJ

Nota: houve um problema na hospedeira que resultou em perda da página, obrigando-noa a recompô-la. a partir dos nossos arquivoa. Por isso, publicamos de uma só vez estes 17 capítulos. A partir de março, voltaremos a lançar um segmento por mês, como de hábito. Colocamos apenas uma ilustração, pois as de cada segmento foram perdidas.

 

 

1 Quem vem ali?

 

Desde pequena, Maria, filha de Ana e Joaquim, acompanhava a Mãe, que ia várias vezes á fonte do povoado de Nazaré, nas encostas verdejantes da Galiléia, para buscar água do consumo diário da casa.  Mais tarde, João Marcos comentou no seu Evangelho:

 

“Sabe-se que os fariseus – e os judeus em geral – não comem sem antes lavar as mãos, esfregando-as, seguindo a tradição dos antigos. E, quando voltam do mercado, não comem sem antes se lavarem. Observam também muitas outras regras tradicionais quanto a lavar os copos, jarras e panelas” (Mc 7,3-4).

 

Assim não bastava ir à fonte ² uma vez, enchendo um cântaro de barro. Era um trabalho pesado, que Ana assumia com naturalidade, saudando as conhecidas, reunidas pelo trabalho e falando das coisas do dia a dia ou de alguma notícia vinda de Tiberíades, a capital romana junto ao lago, ou de Jerusalém, nos montes de Judá, lá no sul.

 

Maria menina sorria para as amiguinhas. Mais tarde viria a ser chamada também de a Virgem do Sorriso. Muitos séculos mais tarde, e Santa Teresinha, escreveu sobre a graça especial, que recebeu de Nossa Senhora, quando estava muito doente, e como ficou impressionada com seu sorriso:

 

“Não encontrando nenhum socorro nesta terra, a pobre Teresinha apelou para sua Mãe do Céu. Pedia-lhe, de todo o coração, que se compadecesse dela. De repente, a Santíssima Virgem me pareceu bonita, tão bonita, que nunca tinha visto algo semelhante. Seu rosto emanava uma bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem.Todos os meus sofrimentos se foram naquele momento. Duas grossas lágrimas jorraram das minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto. Lágrimas de pura alegria! Ah, pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim! Estou feliz, sim! Mas nunca direi a quem quer que seja, porque, senão, a minha felicidade iria embora” ³.

 

Virgem do Sorriso, sorri para nós e nos cura! És Mãe do Médico das nossas almas e corpos (ver MT 9,12).

 

¹ ver Mc 7,2-4.

² Há séculos ela é conhecida como “A Fonte da Senhora Maria” (“Ain Sitti Marian”).

³ ver Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, “Obras Completas”, Edições Loyola / SP, pp. 116-117.

 

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2  Maria menina e moça

 

Um pouco mais crescida, não há dúvida de que Maria menina começou a ajudar Ana. Joaquim lhe teria comprado um pote menor, para que ela também, como queria, trouxesse água para as necessidades da casa. Como as outras garotinhas da redondeza, já começava a fazer alguns pequenos serviços, varrendo o chão de terra batida, recolhendo verduras nos canteiros cuidados pela Mãe Ana. A Virgem de Nazaré se iniciava na sua tarefa, que dura até hoje, de geração em geração, em fazer o bem. E fazia direitinho, obedecendo à ordem do seu Imaculado Coração. Bem se mostrava Mãe daquele que iria evangelizar, dizendo:

 

“Se alguém te força a dar mil passos, caminha com ele dois mil” (Mt 5,41).

 

Um dia, Ana, ocupada na horta, pediu a Maria que fosse ver quem chamava. Era uma vizinha que pedia uma vasilha de farinha. Maria pegou a vasilha, e a encheu de farinha de trigo, amassando com a mão para que coubesse bastante. Tinha imitado a generosidade dos pais com os pobres e necessitados. Não sabemos se a vizinha devolveu o favor. Mas Jesus, que tem olhos para ver o bem, aonde quer que ele aconteça, observou o costume da Mãe, e nos ensinou a medida da bondade:

 

“Dai e vos darão. Recebereis uma medida generosa, calcada, sacudida e transbordante. A medida que usardes será usada para vós” (Lc 6,38).

 

 

As crianças aprendem mais com o que lhes é mostrado do que com aquilo que lhes é apenas falado. Desde bebê, Maria ouvia seus Pais cantarem: “Escuta Israel (Shemá Israel”), o Senhor, nosso Deus, é somente Um! Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com todas as tuas forças… (Dt 6,4-5). Todos os judeus piedosos o entoam, obedientes ao mandato de Deus por Moisés. Jesus iria confirmara que nestas palavras reside “o primeiro e o maior mandamento” (Mt 22,38). Sem dúvida Joaquim, Ana e Maria, com todos os moradores do povoado que pudessem, iam aos sábados à Sinagoga, onde se cantavam Salmos, hinos, se faziam preces, como até hoje os judeus piedosos praticam. Não deixavam de celebrar as festas, sobre tudo a Páscoa. Os Salmos demonstram que eles costumavam fazer pedidos, louvores, engrandecer os altos feitos do Senhor Deus… O Coração Imaculado de Maria ia aprendendo a oração de Israel, o Povo da Aliança. Seu canto, o Magnificat, vai manifestar este conhecimento íntimo e amoroso.

 

Se soubermos, podemos cantar com eles todos o Shemá Israel, se não, encontremos quem saiba e aprendamos. Vale à pena!

 

SHEMÁ ISRAEL!

 

SHEMÁ ISRAEL! Adonai elohenu, / Adonai ehad! (3 x)

Escuta Israel, o Senhor é nosso Deus. / Um é o Senhor! (3x)

 

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3  A oração do povo de Maria

 

O povo de Maria, Israel, começou a ter uma oração variada mas muito sua, aprendida a partir da experiência única de Abraão. Havia um tom reverente, de adoração, mas uma enorme liberdade. De fato, não sabemos se Abraão rezou deste e daquele modo, ou se as orações a ele atribuídas refletem as preces dos que as redigiram. Mas não há motivo para duvidar que o tom veio do grande patriarca. Ele se mostra obediente, mas familiar ao Senhor que o chama e que com ele faz Aliança. Até discute com Ele, com todo o respeito:

 

“Longe de ti fazer uma coisa destas, Senhor! Matar o inocente com o culpado! Longe de ti! O Juiz do mundo inteiro não há de fazer justiça?” (Gn 18,25).

 

Uma prece bonita é a de Ana, Mãe de Samuel (ver 1Sm 1,11-18). Seus lábios se moviam com rapidez, mas ela rezava silenciosamente na Tenda da Arca da Aliança. Pedia o fim de sua esterilidade, pedia um filho abençoado. Acreditava que Deus era tão alto, Altíssimo, que podia o impossível, mas tão próximo, que podia dar ouvidos à súplica de uma camponesa humilde. O Deus de Israel era tão alto e tão perto! Outra belíssima oração de Ana é sua “eucaristia”, sua ação de graças. Ela fez questão de voltar à Tenda da Reunião, e disse palavras que vão deixar ecos na prece famosa da filha de outra Ana, Maria:

 

“Meu coração se alegra pelo Senhor,

Meu poder se exalta por Deus…

Não há Santo como nosso Deus!” (ver 1Sm 2,1-10).

Lembrando a reza cheia de gratidão de Ana, podemos também rezar com todo o Povo de Israel, o Povo de Maria, e toda a Mãe Igreja, alguns versículos do Salmo 121/122. Salmo dos peregrinos ao Templo de Jerusalém:

 

“Que alegria, quando me disseram:

‘Vamos à Casa do Senhor!’

Nossos pés já estão pisando tuas entradas,

Ó Jerusalém!

(…)

Por meus irmãos, meus companheiros,

Peço a paz sobre ti!

Pela Casa do Senhor nosso Deus

Eu te desejo paz e bem!”

Consta que destes versículos São Francisco e os seus franciscanos tiraram a saudação que usam: “Paz e Bem!”

 

 

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4  Mãos fortes e calejadas

 

 

Maria ia assumindo mais e mais tarefas da casa, como pilar os grãos de trigo, para ter a farinha a fazer o pão de cada dia. Carregando os potes d’água, pilando o trigo, pegando na enxada para manter os canteiros do quintal e o pequeno jardim da frente da casa, com seus pés de mirra e alecrim, tão cheirosos, seu caminhar era elegante e suas mãos morenas, fortes e calejadas.

 

A casamenteira do povoado já tinha feito acordo para unir Maria com o jovem José, trabalhador, que tinha aprendido a fazer muitas coisas diferentes. O Novo Testamento em grego, o texto considerado legítimo, tem registrado que ele era um “tecnos”, um operário habilidoso capaz de fazer muitas coisas diferentes, com muito jeito e competência. Tinha de ser assim, pois os sitiantes assumiam as tarefas com seus filhos e filhas, e os operários como José, tinham de aceitar o que aparecesse. Certamente, o que não costumamos pensar, José e sua família não parecem ter possuído um pedaço de terra. Por isso nós o conhecemos como “o carpinteiro”. Mas a liturgia de 1º de maio o chama de “Operário”, São José Operário, o que seria mais exato.

 

Há uma imagem bonita de Nossa Senhora da Guia, na qual ela é representada como alguém que ergue uma lamparina no braço direito, como quem se coloca à porta da casa para iluminar, certamente, José que volta tarde da empreitada que assumiu um tanto longe, a fim de ganhar o pão de cada dia, o pão feito pela querida esposa, com o dinheirinho suado que ganhavam, trabalhando duro.

 

José era um bom partido, descendente do famoso rei Davi (ver Mt 1,1-17). As famílias de Maria e José, responsáveis pelas escolhas, como ainda se usa em muitos lugares deste nosso mundo, se congratulavam pelo arranjo matrimonial. Ambos eram piedosos, seguiam as tradições dos antepassados, trabalhavam com alegria. Ambos tinham as mãos fortes, prestativas e calejadas. O que ninguém previa eram os rumos que a nova família que planejavam iria ter, nem o papel que José, que a Bíblia chama “o Justo”, iria desempenhar nos planos de Deus bondoso, Aquele que gosta dos trabalhadores, porque, como disse Seu Filho feito carne, Jesus:

 

“Meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho” (Jo 5,17).

 

Bem que São José, canonizado pelas próprias Sagradas Escrituras, merece esta oração de um anônimo:

 

“Gentil e amável São José,

Coloco a mim e aos que amo

Sob teu fiel coração.

Como Jesus e Maria,

Confio em tua guia e proteção.

Possa eu acolher força de tua força,

Coragem de tua coragem

E ser atento e fiel, como tu mesmo,

Aos chamados de Deus.

Acompanha-me em minha jornada de fé!

Guia-me, meu bom São José,

Para que eu viva na verdade e no amor!

Amém!”

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5 Antes que começassem sua vida em comum…

 

Nós diríamos que estavam “noivos”, noivos como aqueles cristãos casamentos, onde ambos só dormem juntos depois do sacramento na Igreja, ou depois, como em muitos países pagãos, depois de comemorado o matrimônio, diante das famílias e amigos (ver Lc 1,26-27 e Mt 1,18).

 

Para que José levasse a noiva para sua casa (ver Mt 1,24), ele precisava ter – claro! – casa e também – fora de dúvida, com ajuda de sua família – bastante vinho e comida (ver Jo 2,3.5.9-10; Tb 8,18) para que nada faltasse aos convidados. Vários deles vinham de lugares até um pouco distantes. Nós diríamos que eram “a parentela”.

 

Entre os israelitas, casamento era uma questão social importantíssima, mas não havia casamento religioso. Contudo, o sentimento religioso estava presente, como vemos na bela narrativa do matrimônio de Tobias filho com Sara. Vale à pena recordar as palavras dele na noite de núpcias: “Mulher, levanta-te, vamos rezar, pedindo a Deus que tenha misericórdia de nós e nos proteja” (Tb 8,4; ver a oração do jovem Tobias em Tb 8,5-8).

 

Embora os israelitas conhecessem a poligamia, no comum eram monogâmicos (ver GN 18-25; Pr 5,15 ss; 12,4; 18,22; 19,14; Eclo 9,1; 26,1-4), e, depois do Exílio da Babilônia, apenas se conservavam haréns entre os muito ricos, como Herodes, que era idumeu, e nada devoto.

 

Pinturas cristãs mostram o casamento de Maria e José como sucedido no Templo em Jerusalém, diante do Sumo-sacerdote. Pura imaginação, de acordo com casamentos principescos da época, quando os casais nobres se uniam em catedrais, com Bispos oficiando! Maria e José começaram a viver em comum depois de uma festa na aldeia. Por Jesus mesmo ficamos conhecendo de algumas partes das bodas:

 

“O Reino de Deus será como dez virgens que foram com suas lamparinas para receberem o noivo. Cinco eram sem juízo e outras cinco prudentes. As desajuizadas pegaram as candeias, mas não levaram azeite. As outras, levaram azeite de reserva (…).” (ver Mt 25,1-13).

 

Dá para imaginar as amigas da noiva, convidadas a esperar o alegre cortejo, que ia do local da festa, a casa da família da noiva, até onde o casal iria começar a vida em comum, para que acolhessem o casal! Muita luz, muita celebração!

 

Há um Salmo, o 127/128, que abençoa o casamento no seio do Povo Eleito, até hoje usado nas cerimônias judias e católicas. Podemos rezá-lo, suplicando a bênção para nossas famílias:

 

SALMO 128 (127)

 

1 Cântico das subidas.

 

Feliz quem teme Javé

e segue pelos seus caminhos!

2 “Certamente comerás do fruto do cansaço de tuas mãos;

feliz de ti: terás todo o bem!

3 A tua esposa será como a vinha fecunda

na intimidade do teu lar;

e os teus filhos como renovos de oliveira

em redor de tua mesa”.

4 Eis como é bendito o homem,

que teme a Javé!

5 “Abençoe-te Javé desde Sião!

Possas ver a prosperidade de Jerusalém

durante todos os dias de tua vida!

6 Possas ver os filhos dos teus filhos!”.

Paz sobre Israel!

Dá para perceber como o casamento, biblicamente falando, tem a ver com o povo, a nação, as promessas do Altíssimo, a Aliança. Não é algo que diga respeito apenas aos noivos!

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6 Maria não sabia que era a Imaculada!

 

No dia 25 de março de 1868, a Mãe de Deus e Mãe nossa também, aparecendo mais uma vez a uma menina de família muito pobre e fraca de saúde, lhe disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Nos pés ela tinha rosas de ouro, dadas por seu Filho, Cristo Senhor, sem dúvida! Mas na terra, a filha de Joaquim e Ana, ativa nas coisas da casa, fiando, cozinhando, tratando dos animaizinhos no fundo do pasto, (área pública do povoado), nem suspeitava que tivesse sido preservada de todo pecado, em vista dos merecimentos do Filho, que haveria de conceber.

 

Desde pelo menos o século 8º, na liturgia dos cristãos do Oriente, já se celebrava “conceição de Santa Ana”, isto é, a concepção em seu seio da “Toda Bela”. Daí a festa passou ao Ocidente, onde foi chamada festa da “imaculada conceição (concepção) de Maria, no dia 9 de dezembro. O Papa Sixto II, em 1476, aprovou a festa, estendida a toda Igreja Católica por um dos seus sucessores, Clemente XI, em 1708. Logo se vê que era uma fé que animava toda a Igreja, mas só foi declarada dogma em 1854, pelo Papa Pio IX.

 

A Virgem Maria nem sonhava com tudo isto, mas continuava sua vidinha de oração e trabalho. Sem dúvida deitava agradecida pelo dia passado e dormia o sono pesado dos jovens cansados, puxando sobre si a coberta colorida, obra de sua Mãezinha, Ana. Ela mesma ia aprendendo a tecer. Foram de suas mãos que iriam sair as cobertas de Jesus e, certamente, Seu manto, sem costuras, tecido de alto a baixo, que iria maravilhar os soldados lá no Calvário (ver Jo 19,23).

 

O Altíssimo Deus vai nos revelando aos poucos seus planos, dando-nos tempo para aderir a eles. Um professor do ensino fundamental não dá física teórica quântica para seus aluninhos, que vão aprendendo a somar e subtrair, multiplicar e dividir. Ele é bom Mestre!

 

Por falar na arte de tecer, o Salmo 138/139, que Maria cantava na Sinagoga e, sem dúvida, enquanto cumpria cuidadosamente suas tarefas do dia a dia, a atribui ao Senhor nosso Criador:

 

“Senhor, tu me sondas e me conheces!

Tu me conheces quando me sento ou me levanto!

De longe percebes meus pensamentos…

Tu me teceste no seio materno…

Tuas obras são maravilhosas!”

Uma versão cantada deste belo poema de fé inspirada faz com que cada um de nós possa proclamar:

 

“Que maravilha, meu Senhor, sou eu!”

 

Demos graças ao Senhor, porque Ele é bom! Eterno é Seu amor por nós! O Seu imenso amor é nosso imenso bem!

 

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7 E o Anjo?

 

Os Anjos, presentes no Antigo Testamento, são mostrados como muito atuantes em todo o Novo Testamento, como também nos Evangelhos da Infância. E Jesus haveria de nos dizer que as crianças têm Anjos da Guarda:

 

“Tomem cuidado de não desprezar nenhum destes pequenos. Pois Eu vos digo que seus Anjos no céu contemplam continuamente o rosto do Meu Pai nos céus” (Mt 18,10).

 

No Livro de Daniel (8,16.26), um Anjo tem nome: Gabriel, que quer dizer “Deus é forte”. O nome que lhe é dado está muito de acordo com o que ele disse à Virgem de Nazaré: “A Deus nada é impossível!” (ver Lc,1-34-38).

 

Que a Deus tudo de bom e perfeito é possível (nada de mal e errado!) lemos ao longo da Bíblia e esta é a fé que anima Israel e a Igreja. Assim, o próprio Jesus afirmou: “Para o ser humano é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19,26). E o profeta Jeremias rezava: “Ah, soberano Senhor, Tu fizeste o céu e a terra pelo teu grande poder e por teu braço estendido. Nada é difícil demais para Ti!” (32,17). O pagão Jó, cujo poema foi adotado por Israel, confessou: “Seu que Tu podes fazer todas as coisas! Nenhum dos Teus planos pode ser frustrado” (42,2). Como rezamos: “Tudo vês! Tudo provês!”

 

E Ele, todo poderoso, pois é todo bondoso, como diz São Paulo:

 

“Quando se completou o tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os submetidos à Lei e para que nós recebêssemos a condição de filhos. E, como sois filhos, Deus derramou em vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: ‘Abá! Meu Pai! De modo que não sois escravos, mas filhos, e, se sois filhos, sois herdeiros, por decisão de Deus” (Gl 4,4).

 

Na verdade, o Salmista já tinha cantado a misericórdia do Senhor, nosso Deus e nosso Pai:

 

“O Senhor apareceu no seu excelso santuário.

Dos céus contemplou a terra

Para escutar os gemidos dos cativos,

E livrar os condenados à morte!” (Sl 101/102,20-21).

Maria Santíssima também cantaria:

 

“Minh’alma engrandece o Senhor,

Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador,

Porque olhou a humildade de Sua servidora!” (Lc 1,47-48).

Ele nos olha com bons olhos, porque não tem outros. Só bons! Ele é Deus! Ele é bom! Só Ele é Bom! (ver Mc 10,18).

 

Então, olhando a humildade de Sua servidora, Maria, a Virgem Fiel, Ele lhe enviou um dos sete Anjos que assistem diante do Seu Trono, Gabriel (ver Tb 12,15 e Lc 1,19).

 

E rezamos:

 

“Infundi, Senhor, em nossas almas a Vossa Graça, para que nós, que, pela Anunciação  do Anjo, conhecemos a Encarnação  do Vosso Filho, Jesus Cristo, cheguemos, por Sua Paixão e Morte de Cruz, à glória da Ressurreição. Amém!”

 

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8 Maria, o Anjo e nós

 

 

O que a Virgem Maria estaria fazendo, quando o Arcanjo Gabriel se manifestou a ela?

 

Pintores famosos a imaginaram recolhida em oração, às vezes como damas de ricas famílias, ricamente vestidas, em formidáveis genuflexórios. Mesmo Fra Angélico, a pintou com bonito vestido, de mãos postas, não numa casinha humilde, mas nos pórticos de um claustro conventual da renascença italiana.

 

Mas a Virgem, sem dúvida, embora de coração imaculado e orante, cheio do Espírito Santo, estaria ocupada, quem sabe, pilando os grãos de trigo para preparar o pão de cada dia. E Ana? Provavelmente cuidava dos canteiros do pequeno quintal. Tinham muito o que fazer!

 

Como o Anjo apareceu? Possivelmente na imagem humana, alado, como os Querubins da Arca da Aliança:

 

“Nos dois extremos da Arca [da Aliança] farás dois Querubins, cinzelados em ouro. Cada um estará num dos extremos da placa superior, e a cobrirão com suas asas estendidas para cima. Estarão um diante do outro, olhando para o centro da placa (…). Aí me encontrarei contigo [Moisés], e, de cima da placa, entre os Querubins da Arca da Aliança, Eu te direi tudo o  que deverás ordenar aos filhos de Israel” (Ex 25,18-22).

 

Até hoje, na Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, os Anjos são representados em forma humana com asas. Afinal, quando aparecem a nós é para serem vistos!

 

Assim:

 

“O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e ela concebeu do Espírito Santo”.

 

Lemos no Evangelho, segundo São Mateus (1,18-23):

 

“O nascimento de Jesus, o Messias [o Cristo] foi assim: Sua Mãe, Maria, estava prometida a José, e, antes que começassem a vida em comum, ela concebeu por obra do Espírito Santo. José, seu noivo, que era homem justo, não queria difamá-la e decidiu deixá-la. Já estava decidido, quando um Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem tu darás o nome de Jesus, pois Ele salvará o mundo dos seus pecados’. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia anunciado pelo Profeta: ‘A Virgem concebeu e dará a luz um filho, que será chamado Emanuel’, que quer dizer ‘Deus-conosco’ ” (Is 7,14).

Até hoje nós chamamos Maria Santíssima de “a sempre Virgem”. Nela foi gerado o novo Adão, o novo Homem, e começou um novo tempo, uma nova criação. Ela é a “terra virgem”, o novo jardim, onde o Pai Santo semeou Seu Filho:

 

“Este, embora subsistindo como imagem de Deus, não julgou como um bem a ser conservado, com ciúme, sua igualdade com Deus. Muito pelo contrário, Ele mesmo se reduziu a nada, assumindo a condição de servo, tornando-se solidário aos homens. Sendo considerado homem, Ele se humilhou ainda mais, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz…” (Fl,2,5-8).

Santo Agostinho nos chama atenção, “porque nosso pensamento hesita em passar da contemplação de Sua divindade à Sua humilhação, como se fosse uma ofensa reconhecer como homem Aquele a quem orávamos como Deus” (2ª leitura do Ofício das Horas, quarta feira da quinta semana da Quaresma). Mas aprendemos desde cedo que Jesus Cristo, nosso Senhor, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Sendo Deus, Ele é Amor (ver 1Jo 4,16). E Amor de verdade se curva, se abaixa, como os Pais para servirem seus bebês, os médicos e enfermeiros para tratarem dos pacientes, os missionários e missionárias para levarem a boa nova a toda parte e acudirem a todos, os professores para ajudar a mão insegura da criança a traçar as primeiras letras, o bom samaritano para acudir o desconhecido atirado na beira do caminho…

Não é difícil imaginar Maria, desde novinha, acompanhando Ana e se abaixando para socorrer uma vizinha doente. Por isso, assim rezamos:

 

“Salve Rainha, Mãe da Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!”

 

 

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9 A saudação do Anjo

 

Até hoje repetimos a saudação do Anjo. Gabriel não usou o “Shalom”, “A paz esteja contigo”, da tradição de Israel, mas inovou: “Alegra-te, Maria!”. Nós, da Igreja de Roma, falante em latim, temos mantido a tradução do grego do Novo Testamento, para o latim: “Ave Maria”. Alegra-te, Virgem Santa, porque chegou o tempo querido por Deus, e Ele é nossa Alegria! Chegou, para nós todos, o tempo da Salvação, o tempo do Emanuel, o Deus-conosco! Entendemos melhor porque São Paulo insiste com todos nós: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo, alegrai-vos! Que vossa modéstia seja reconhecida por toda a gente! O Senhor está perto! Não vos preocupeis com coisa alguma (…). Então, a paz de Deus, que supera toda nossa capacidade de entender, guardará os vossos orações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Fl 4,4-7).

 

Alguém escreveu que na Bíblia nos é dito mais de 800 vezes que nos alegremos. A alegria espanta a tristeza, nos livra do desânimo e da depressão, nos ajuda a imitar a Virgem Santíssima para servir a Deus nosso Senhor de todo o coração, nas horas sombrias e nas horas luminosas.

 

O Anjo percebeu que a Virgem se perturbou com sua saudação:

 

“Alegra-te, cheia de graça [a Agraciada], pois o Senhor está contigo”.

 

Maria estava dentro de casa, porque está dito que “o Anjo entrou onde ela estava”. Ali, sem saber muito bem em como reagir, porque, como nós também, não estava acostumada com anjos se fazendo visíveis e nos saudando, ela ouviu a continuação da mensagem:

 

“Não tenhas medo Maria, achaste graça diante de Deus! Conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai [pois José, que o acolheria como filho, era, por sua vez, “filho de Davi”]. Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacó e seu reino não terá fim” (Lc 1,30-33).

 

Então, segundo a palavra de Gabriel, Jesus, Filho do Altíssimo Deus seria feito filho de Maria sempre Virgem. Que ela, imaginamos que por pura inspiração divina, desejasse a virgindade, contra os costumes arraigados de sua gente, tanto que já estava de casamento contratado com José, é certo, pela dificuldade que apresentou ao Anjo:

 

“Como se fará isto, pois não conheço homem?” (Lc 1,54).

 

Se alguém resiste em conceder que Nossa Senhora se tenha decidido por algo absolutamente revolucionário no seu tempo (e por muito tempo ainda!), querendo conservar-se virgem por amor a Deus, para servi-lo com coração sem partilha, ficará atrapalhado com esta objeção. Afinal, ela não estava de casamento combinado pela família com José?

 

E mais vacilante ficaria com a resposta do Anjo. Maria não iria ser Mãe, como Isabel, que se deitou com seu esposo, Zacarias, ou como Ana, mãe de Samuel, que se uniu a seu marido, Elcana. Nos dois casos houve intervenção divina: as duas eram estéreis e engravidaram milagrosamente (ver Sl 113/114: “Deus fez da estéril mãe de muitos filhos”). O acontecimento de Maria Virgem Mãe era um novo começo, uma nova criação. Como, no começo, o Espírito pairava sobre o caos (ver Gn 1,2), agora, diz o Anjo:

 

“O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra. Por isso, aquele que nascer de ti será Santo, será chamado Filho de Deus” (Lc 1,35).

 

Deus é o “Santo de Israel” (Is 12,6), o “Santo, Santo, Santo” (Is 6,3), quem nos diz: “Sereis santos, porque Eu sou Santo (Lv 11,44)!”

 

Assim, inspirando-nos na saudação do Anjo, também nós saudamos a doce Virgem de Nazaré:

 

“Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as mulheres!”

 

 

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10  O “Sim!”, que a tudo deu novo começo

 

 

Então, Maria perguntou ao Anjo: “Como se fará isto, se não conheço homem?

 

É evidente que Maria conhecia muitas pessoas do gênero masculino, a começar pelo seu pai, Joaquim, e aquele que as duas famílias tinham escolhido para seu futuro esposo, nós diríamos, o seu noivo, o seu prometido, José, descendente do rei Davi (ver Mt 1,1-17 e Lc 3,23-38). Portanto, o que ela diz nesta pergunta é que – contra os costumes e leis do seu tempo e do seu povo – ela se tinha decidido por se manter virgem. Autores discutem, tão extraordinária lhe parecem uma decisão deste tipo. No entanto, não costumam se alarmar porque Jesus, aos 30 anos ainda não era casado, “feito por si mesmo eunuco (celibatário) por causa do Reino” (Mt 19,13)  que não se discute é a clara afirmação do Anjo, a palavra do Evangelho:

 

O Espírito Santo virá sobre ti. O poder do Altíssimo te envolverá com Sua sombra. Por isso, o que nascerá de ti será Santo, será, será chamado Filho de Deus (Lc 1,35).

 

Maria não pediu, mas o Anjo lhe deu um sinal, também extraordinário, mas muito presente na História da Salvação:

 

Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho em sua velhice. Ela, chamada estéril, já está no sexto mês, porque a Deus nada é impossível (Lc 1,36-37).

 

O relato bíblico mais conhecido de uma estéril tornada fecunda miraculosamente é o da concepção de Samuel, por Ana, depois que ela rezou ardentemente na Tenda da Aliança, fazendo pensar a Eli, o sacerdote, que ela estivesse embriagada (ver 1Sm 1,9-18; ver tb o nascimento de Sansão Jz 13).

 

Assim vai se declarando o que fora dito a Abraão, cuja esposa legítima, Sara, era também estéril (Gn 18,14), também está dito: “A Mim, o Senhor, nada é impossível” (ver Mt 17,20; Mc 10,27; Lc 18,27). Ora, Isaac foi gerado por Abraão e Sara, já idosos.

 

Igualmente os pais de João Batista e de Samuel são bem conhecidos. Respectivamente: Zacarias e Elcana (ver 1Sm 1,19-20). Somente de Maria de Nazaré é dito que ela concebeu por obra do Espírito Santo (ver Mt 1,20). Jesus nos foi dado por vontade de Deus, começando uma nova humanidade, reconciliada com Deus. Ele é “o Primogênito de muitos irmãos” (Rm 8,20).

 

Então ressoa até hoje em nossos ouvidos, abertos pela Fé (ver Rm 10,17), a resposta de Nossa Senhora, Mãe de Deus:

 

Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a Sua Palavra (Lc 1,38).

 

Coisa bonita! Delicadeza de Deus Amor! Não se manifestou em Sua tremenda Majestade, mas no diálogo franco com o Anjo, Maria deu, livremente, seu assentimento ao plano de salvação de toda a humanidade:

 

E o Verbo se fez carne a habitou entre nós. E nós vimos Sua glória, glória que recebe do Pai, como Filho Único, cheio de Graça e Verdade (…) E todos recebemos de Sua plenitude [de Sua totalidade] graça após graça (Jo 1,14.16).

 

Por isso tocam sinos para as “Ave Maria”, o Papa as reza com os fieis reunidos na Praça de São Pedro, e sempre podemos rezar:

 

– E o Anjo do Senhor anunciou a Maria!

– E ela concebeu do Espírito Santo.

Ave Maria…

 

– Eis aqui a serva do Senhor,

Faça-se em mim segundo Sua Vontade.

Ave Maria…

 

– E o Verbo se fez carne

E habitou entre nós!

Ave Maria!

 

Oremos!

Infundi em nós, Senhor, a Vossa Graça,

Para que nós,

Que, pela Anunciação do Anjo,

Conhecemos a Encarnação do Vosso Filho, Jesus,

Cheguemos,

Por Sua Paixão e Morte de Cruz,

À glória da Ressurreição.

Amém!

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11  A visitação

 

Ah! Não foi uma visita qualquer, nem sequer uma visita de caridade apenas! Foi uma Revelação esplêndida! O que Maria, jovem menina fez para ir até à montanha de Judá? Como ela diria a Ana e Joaquim que tinha estado com um Arcanjo e sabia da inesperada condição de gravidez de Isabel, tida e havida como estéril… Depois de tanto tempo de casada… De certo, a urgência de sua caridade, do seu desejo de ajudar a levavam a se perguntar como faria. Não era nada simples. Não podia, como hoje, tomar um ônibus… Eram dias de caminhada, mesmo no lombo de um burrinho, dois dias e uma noite de percurso, dizem alguns…

 

Tinha de falar com seus bons pais. Talvez tenha tido a inspiração de conduzir uma conversa com a Mãe sobre os parentes distantes. Aconteceu a saudade no coração de Ana, o desejo de rever, de reviver. Daí a conversar, à noite, enquanto Maria rezava no seu colchão de palha cheirosa, nas suas cobertas coloridas, tecidas por Ana, com Joaquim. No dia seguinte, eles disseram à filha muito amada: “Vamos a Judeia ver Isabel”.

 

Prepararam o que precisavam para a jornada, carregaram o burrinho fiel, e lá se foram, pela estrada afora. Isabel estava “grávida de dois mil anos de espera”, como disse alguém. Maria, a Arca da Nova e eterna Aliança, levava consigo seu segredo e nosso tão bom Salvador, filho dela, concebido pelo Espírito de Deus, Um da Trindade.

 

Pela estrada afora… Lá seguia o burrinho manso, puxado por Joaquim, Ana e Maria andando com eles. Muita paz entre eles, alegria pela surpresa que fariam a Isabel e Zacarias. Rezavam cantando os belos Salmos de peregrinação, companheiros dos viajantes piedosos. Passo a passo foram chegando. Hoje, a aldeia se tornou um lugar, que recebe muitas visitas, chamado Ain Karim. Velhas tradições o indicam como a aldeia onde se deu o nascimento do Batista. No pátio da igrejinha, se vêem painéis de azulejos com o Magnificat de Nossa Senhora em diversas línguas, também em português!

 

Imaginemos a surpresa, o assombro de Joaquim e Ana, quando Isabel, “cheia do Espírito Santo”, tomou a iniciativa, e disse palavras extraordinárias a Maria:

 

“Bendita és tu entre as mulheres! Bendito é o fruto do teu ventre! De onde me vem que me venha a Mãe do meu Senhor! De fato, quando ouvi tua saudação, a criança saltou de alegria em meu seio! Feliz aquela que acreditou no cumprimento das coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor!” (Lc 1,42-45).

 

O Evangelista passa logo à resposta em poema e canto da Virgem Santíssima, mas nós podemos parar e cair em conta, de como Joaquim e Ana se sentiram, diante daquela explosão jubilosa de Isabel. Zacarias, ainda mudo, apenas sorria, todo contente. Recordava a fala do “seu anjo”, no Templo:

 

Então, um Anjo do Senhor lhe apareceu, de pé, à direita do altar do incenso. Quando Zacarias o viu, ficou perturbado e o medo se abateu sobre ele. Mas o Anjo lhe disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque tua oração foi ouvida. Tua esposa, Isabel, vai te dar um filho e lhe porás o nome de João”… E Zacarias lhe disse: “Como acontecerá isto? Já sou velho e minha mulher também é de idade avançada”. O Anjo lhe respondeu: “Eu sou Gabriel, presente diante de Deus e fui enviado a te falar e te dar esta boa nova. E eis que ficarás mudo até o dia em que isto se der, porque não acreditaste em minha palavra, que se cumprirão a seu tempo” (ver Lc 1,5-25).

 

Nós unimos as palavras do Anjo e de Isabel a Maria e rezamos, ao redor de toda a terra, em todas as línguas, algumas vezes em línguas passadas, como o latim:

“Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”.

 

Acrescentamos, consolados, com fé, esperança e amor:

 

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte, amém!”

 

 

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12 O casamento

 

Então aconteceu a festa, festa no povoado de Nazaré: pão gostoso, vinho saboroso, danças, churrasco de cabritos e carneiros, tortas de figo, como as que se levavam em oferta ao Templo. No final José foi para a casinha construída de encontro ao barranco de pedra de calcário macia, onde havia escavado um cômodo, que servia como cozinha e despensa. Até hoje está lá. E, em torno temos a magnífica basílica de Nazaré, adornada com imagens da Virgem de muitas partes do mundo. Também um belo mosaico de Nossa Senhora Aparecida lá está, homenagem dos católicos brasileiros!

Ali começaram, Maria e José, conservando o segredo de Deus, esperando apenas de Sua vontade, boa, sábia e formosa, sua vida, na aparência muito semelhante a dos seus vizinhos, mas, por dentro, muito especial, vida da Sagrada Família, a quem costumamos dizer:

“Jesus, Maria, José, minha alma vossa é!”

Jesus, ainda no ventre da Mãe era nosso Deus feito homem. Por isso o invocamos em primeiro lugar. Depois, vem a invocação a Maria, pois só ela é a bendita entre as mulheres, só ela é a Santa Mãe de Deus, só ela é a mais amada entre nós, de geração em geração. Por fim, invocamos São José, que Jesus ia chamar de “Pai” nesta terra.

 

São José é tido como protetor não só da Sagrada Família, mas de toda a Igreja, Família de Deus e de todas as famílias. Também é chamado, com verdade, de “guardião das virgens” e, certamente de todos os meninos, rapazes e homens feitos, que levem vida de castidade perfeita, com a graça de Deus! Cantemos:

“São José, a vós o nosso louvor! Sede nosso bom protetor! Aumentai o nosso fervor!

(…)

Quis o Verbo Divino dar-vos o nome de Pai! Um glorioso destino lá do céu nos mandai!”

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13  Nossa Senhora da Guia

 

Desculpem, temos de dizer uma palavra em grego, e, só então traduzi-la em bom português brasileiro. A palavra em grego é “tecnos”, de onde vem nosso “técnico”. Mas técnico lembra gente especializada. Em grego significava um trabalhador habilidoso, um “pau pra toda obra”, um “faz tudo”. Quem sabe, “um biscateiro”.

 

Os povoados daqueles anos, em particular na Terra Santa, eram rodeados de sitiantes, que se mostravam muito autossuficientes, com suas famílias numerosas, boa mão de obra, para suas modestas plantações, criações e coisas necessárias para o uso diário, até mesmo para fazer suas humildes casas. Se São José era um “tecnos”, era porque não tinha terra. Sem dúvida tinha alguma criação “no fundo do pasto”, terra comum para os habitantes das aldeias. Então ele dependia de alguma necessidade dos vizinhos e até dos moradores das cidades, para que o chamassem. Não dos ricos, mas dos restantes, graças a Deus, bem mais numerosos. Portanto, com a boa fama de suas tarefas bem cumpridas, lá ia São José por ali e acolá, dando duro, caminhando bastante.

 

Podemos imaginá-lo forte, pisando bem, chegando aonde era requisitado e fazendo tudo com capricho e prontidão. Não “molengava”. Por isso, graças a Deus, não lhe faltavam fregueses.

 

E a Virgem? Sem dúvida São José ajudava, cuidando dos bichinhos no fundo do pasto, quando não tinha de ir mais longe, em busca de serviço, ou fazendo vinho caseiro com as uvas da parreira do pequeno quintal. Mas era ela que ia e vinha à fonte para ter água para as coisas da casa, para os banhos e abluções, exigidas pela Lei de Moisés e pelos usos e costumes do Povo Eleito. Preparava o pão, pilando os grãos de trigo, misturando a farinha com fermento, na masseira, acendendo o forno de barro, também no quintal, num alpendre coberto de palha de palmeiras, lavando a roupa. Quase todo o pano era tecido, e depois costurado por ela mesma. Podemos desconfiar que foi ela que teceu “de alto a baixo” o manto sagrado de Jesus, que os soldados romanos não quiseram repartir, mas sortearam (ver Jo 19,23-24).

 

Nossa Senhora – quem sabe? – muito zelosa e serviçal, quando se fazia escuro e São José custava a retornar, teria aceso uma lanterna e se colocado com ela levantada para iluminar a entrada da casa e um trecho do caminho. Uma imagem que a mostra nessa atitude é chamada de “Nossa Senhora da Guia”. Peçamos que ela ilumine nosso caminho e a porta da entrada para as moradas da Casa do Pai(ver Jo 14,2)!

 

Nossa Senhora da Guia, com São José Trabalhador,

rogai por nós!

Guiai-nos!

 

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14 Que mais Santa Maria e São José faziam em Nazaré?

 

Em primeiro lugar, eles cuidavam da educação do Menino Deus. Enquanto verdadeiro homem, foi com eles que aprendeu a falar. Foi com eles que aprendeu a rezar, provavelmente, logo, muito cedo, a cantar o “Shemá Israel”, o canto de louvor e bênção diário: “Ouve Israel”! Pouco a pouco, foi entrando pelos ouvidos de Sua santa Humanidade, o canto dos Salmos. Certamente Ele ia nos braços da Mãe à sinagoga, ficando com ela do lado das mulheres, mais no fundo, separados de São José, mais na frente, da área reservada aos homens. Mas isto foi mais tarde, quando eles voltaram do Egito…

 

O que mais Nossa Senhora fazia E São José?

Ah, davam ajuda aos Pais envelhecidos, e aos vizinhos necessitados. Eram muito jeitosos com os doentes, e, com Santa Ana, Maria aprendeu muito da sabedoria das ervas, chás, compressas… Podemos acreditar que seu carinho e o de seu digníssimo Esposo fez muito pela saúde dos enfermos naqueles dias. Não é à toa que ela é chamada de Saúde dos Enfermos.

 

Um antigo rei, chamado Lemuel, elogiou a mulher empreendedora e trabalhadeira. Ele nem era do povo de Israel, mas seu elogio encerra o Livro dos Provérbios (31,10-31). Podemos lê-lo e pensar na vidinha oculta da Mãe de Deus. Afinal, para um dia de Anunciação, ela teve muitos de rotina, como qualquer mulher humilde desta terra:

 

 

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15  Até o Imperador!

 

Quando Deus quer, até seus inimigos se curvam à Sua Santa e Sábia Vontade! O Imperador romano, senhor também da Judeia e da Galileia, pensava que estava executando sua própria vontade, quando mandou seu governador naquelas regiões, que eram incluídas na Província da Síria, organizar um censo, medida que podia resultar em aumento de impostos, para sustentar os gastos da corte, dos exércitos, e do circo e pão para os moradores da capital, Roma:

 

“Naquele tempo, promulgou-se um decreto do Imperador Augusto, que ordenava ao mundo inteiro inscrever-se no censo (…).

 

Não se sabe bem por quê, na Judeia e Galileia, as pessoas tinham de se inscrever nas localidades de origem, na terra natal. Como José era descendente de Davi, natural de Belém de Judá, lá foi ele com Maria, grávida, novamente pela estrada fora. Não há muito sossego na vida dos pobres nem na vida dos que cumprem a vontade de Deus.

 

Nem muito conforto. “Não havia lugar para eles na hospedaria”. Não sabemos também por que. A hospedaria estava lotada de Augusto? Eles não dispunham de dinheiro? Aquele amontoado de gente e de animais não era apropriado para uma jovem grávida, prestes a ter o primogênito? Lucas escreve simplesmente:

“Estando eles ali (em Belém), cumpriu-se a hora do parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito. Envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura, pois não haviam encontrado lugar na pousada”.

 

O Evangelista foi discreto, e devemos ser discretos em nossas imaginações. Nada de entrar em fantasias! Mas não é fantasia ver José indo providenciar lenha para uma fogueirinha, água limpa… Talvez ele estivesse tomando estas simples providências, quando, como um raio de luz atravessa o vidro sem quebrá-lo, o Menino, “Luz que vem a este mundo e ilumina todo o ser humano”, o Verbo Eterno do Pai Eterno, “se fez carne e habitou entre nós” (ver Jo 1,1-9). A Igreja crê que Nossa Senhora, Santa Maria Mãe de Deus, é Virgem antes, durante e depois do parto…

 

Cantamos na alegria do Nascimento de Jesus, o Santo e Feliz Natal:

“A Luz resplandeceu, em plena escuridão! Jamais irão as trevas vencer o seu clarão”.

 

Se houve gente em paz neste mundo foram Maria e seu guardião, o justo José, naquelas horas, junto à manjedoura. Numa gruta? Certamente! Desde os começos da fé, os cristãos cercaram esta gruta com manjedoura de cuidados e peregrinações. Espantados de lá, uma e outra vez pelos romanos, que edificavam templos a seus ídolos para tentarem suplantá-los, eles, logo que podiam, voltavam, e lá, até hoje, se celebra o Natal do Menino Deus!

 

Na lapinha de Belém

P’ra fazer o bem

Meu Jesus nasceu!

Está na gruta pequenino,

Qual avezinha que adormeceu!

Feliz e Santo Natal, sempre de novo para todos nós!

 

 

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16 Os pastores

 

“Nada como um dia depois do outro” para a gente esquecer. Israel do tempo de Jesus, concentrada em Jerusalém e orgulhosa da sua capital, “a Cidade de Davi”, não levava muito a sério que o rei Davi fora pastor, guardião eficiente dos rebanhos do seu pai, tendo, certamente, coragem de manter lobos à distância com umas pedradas certeiras, como aquela com que derrubou Golias. Não só Davi sido pastor, mas Abraão, Jacó, Isaías. Mas, agora, com tantos comentários sabidos dos “doutores da lei” e a vigilância dos fariseus, os pastores se tornaram aos olhos da maioria, como uns marginais. Imagine só que horror: “Comiam sem lavar as mãos!” (Mt 15,20). O povo da cidade não caía em conta que nos campos não havia sempre uma fonte bem pertinho para cumprir estes e outros pormenores.

 

Pois não foi a eles que os Anjos apareceram cantando o Nascimento do Salvador:

“Glória a Deus nas alturas

E na terra paz aos que Ele ama!”

Espantoso é o sinal que os Anjos dão para que encontrem o menino certo:

 

“Encontrareis um Menino envolto em panos

E deitado numa manjedoura”.

Este Menino é a causa de uma alegria que dura até hoje. “Na Cidade de Davi nasceu para vós o Salvador”!

 

Não é mais Jerusalém que tem o nome de “Cidade de Davi”, o herói conquistador, mas Belém, a cidadezinha do humilde pastor, que viria a se tornar rei de Israel.

 

A NOITE SE ILUMINOU *

José Acácio Santana

A NOITE SE ILUMINOU./ O céu se vestiu de luz./ Os anjos cantaram glória,/ quando nasceu Jesus.

  1. Eu quero ver os pastores chegando/ pr’a visitar o Menino Jesus./ Eu quero ver todo o povo sorrindo/ e junto seguindo a mensagem da luz.
  2. Eu quero ver tua estrela no céu/ iluminando o caminho do bem./ Eu quero ver todo o povo sorrindo/ e junto seguindo a lição de Belém.
  3. Eu quero ver os Reis Magos chegando/ e humildemente adorando o Senhor./ Eu quero ver todo o povo sorrindo/ e junto seguindo a mensagem do amor.

*”Celebrar e Cantar”, Edições Loyola / SP

 

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17  Perseguição

 

Desde pequenino, Jesus foi perseguido! Logo Ele, que viria a ensinar, sentado na encosta do monte: “Bem-aventurados, felizes, os perseguidos por causa da justiça, porque o Reino de Deus lhes pertence” (Mt 5,10).

 

Sua pista foi fornecida ao rei tirano, Herodes, pela pergunta de uns magos que tinham vindo de longe, de algum lugar do oriente remoto, com uma pergunta que recordou à elite de Jerusalém, mais ocupada com as tricas e futricas da corte, do que com a leitura orante das Escrituras. “Profetas, ora profetas, gente esquisita de outrora! Agora são outros temps”. Mas aqueles estrangeiros perguntavam seriamente:

 

“Onde está o Rei dos Judeus, recém-nascido? Vimos surgir o seu astro e viemos lhe render homenagem!” (Mt 2,2).

 

Os peritos sabiam a resposta, pois tinham que decorar muito para terem seus títulos. Só que não iam se mover até lá com os magos. Tinham mais o que fazer! Manter o povo submisso a eles, “em Nome de Deus”, era mais importante, por que lhes garantia prestígio e riqueza. Reponderam:

 

“Em Belém de Judá, como está escrito pelo profeta (Miqueias): “Tu Belém de Judá, em nada és menor das cidades de Judá, pois de ti sairá o chefe, o pastor de meu povo, Israel”.

 

Herodes nada poderia escutar de mais assustador. Frequentemente quem não tem Fé, nem crê em Deus, acredita em lendas, superstições, presságios, adivinhações. Assustado, tentou envolver os magos: “Vão lá, e, depois, voltem aqui e me informem”.

 

O Evangelista Mateus conta que eles de fato foram lá, encontraram o Menino nos braços de Sua Mãe, tiveram aviso da malícia de Herodes em sonhos, e voltaram para suas terras sem passar de novo por Jerusalém.

 

Então, Herodes, tomou sua medida habitual de tirano cheio de medo de concorrentes: mandou matar todas as criancinhas de Belém e arredores com menos de dois anos. Foi grande o choro e aflição! José, o guardião da Sagrada Família, o homem justo que sonhava com Deus, sonhou que um Anjo o mandava partir imediatamente com o Menino e a Mãe para longe, para o Egito.

 

Como ele fez para cruzar o deserto? Terá necessitado de aderir a uma caravana. Mas com que dinheiro? Um pobre aparecendo com o ouro dos magos, despertaria suspeita. Mais fácil pagar com um punhado de mirra ou de incenso. Assim, com muita luta, até para ter água para lavar o Menino e para beberem, chegaram à terra dos faraós, agora substituídos pelos ocupantes romanos. As glórias do mundo passam. O que fica é o Cristo Rei!

 

Ele vive, Ele reina, Ele impera!

 

Maria, Mãe amorosa, Virgem poderosa, rogai por nós, que às vezes temos tanto medo!

 

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Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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