Maria quem é – 39 – Olhos velados

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Olhos velados

Os olhos da Mãe estavam velados de lágrimas. Os olhos do Filho velados de sangue. Mas os corações se viam, se encontravam, se uniam em doída comunhão. Por que a Mãe chorava? Na sua bondade imensa, nosso imenso bem, ela chorava pelos que matavam seu Único. Chorava porque somos pecadores. Chorava pelos que haviam de dizer: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte, amém”. E chorava pelos que não rezariam. Chorava por todos os seus filhos que não aceitariam o Sangue do Crucificado.

E ela recolhia Suas últimas palavras, como fariam tantos e tantos de nós ouvindo os Sermões das 7 Palavras, ou as meditando em silenciosa oração:

• Lc 23,34: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem”!
• Lc,23,43: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.
• Jo 19,2627: “Mãe, aí está o teu filho”; Filho, aí está tua Mãe”.
• Jo 19,28: “Tenho sede”.
• Mt 27,46: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste”?
• Jo 19,28: “Tudo está consumado”.
• Lc 23,46: “Pai, em Tuas Mãos entrego o meu espírito”!

São palavras de amor que consolaram o coração da Mãe aflita, Mãe dos Aflitos. Nenhuma palavra de rancor, ressentimento e ira. E será que dizendo tenho sede ele se queixava da secura de sua garganta, boca, lábios? Ou também revelava a sede do Seu Coração: sede de nós, de nosso amor, de nossa conversão. No céu saberemos. E Maria, Nossa Senhora? No seu coração, repleto do Espírito Santo, talvez não tenha ficado apenas no significado da sede física, sobretudo porque Jesus reusou a piedosa oferta do soldado, o vinho ácido e barato de sua ração cotidiana, que costumamos chamar de vinagre. Também sentiu seu coração se dilatar, quando o ouviu perdoar os que não pediram e o bom ladrão que pediu. Seu Amado Filho falou do Paraíso! A porta estava aberta para a alegria e a paz. E era para lá que Ele iria, aonde iriam se encontrar por toda a eternidade: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”!

Quando Ele disse: “Pai, em Tuas Mãos entrego e meu espírito”; Maria, repleta do Espírito Santo”; ouviu o grande brado. Seu Filho e seu Senhor, seu Deus, dominava as dores, a secura como de barro cozido da boca, e partia. Quando ouviu aquela Mãe admirável: “Tudo está consumado”; ela terá pensado: “Tudo está feito e perfeito. Ele cumpriu a vontade do Pai! Acabou Sua Obra. Estamos redimidos, salvos”!

Logo, logo, mãos amigas a rodearam e a levaram dali, enquanto o Filho era descido ada Santa Cruz e ela, a Mãe dolorosa, passou a ser também chamada de Mãe Piedosa.

Um cortejo amigo e sofrido acompanhou o corpo até o sepulcro doado por Arimateia. Nicodemos, o rico sinedrita, providenciou a as faixas e a mortalha e o lenço do rosto, o sudário, de bom linho, com os perfumes dignos de um rei, para que tudo corresse com a maior dignidade possível, com a pressa que requeria a entrada no repouso pascal. Logo a primeira Sexta-feira Santa iria se tornar o primeiro Sábado Santo. Ao terceiro dia, seria o Dia da Ressurreição, o Primeiro Dia, o nosso Domingo, de filhos e discípulos da sempre Virgem Maria, Nossa Mãe Rainha.

AVE, CHEIA DE GRAÇA, AVE, CHEIA DE AMOR! // Salve, ó Mãe de Jesus, A ti nosso canto e nosso louvor! //
1. Mãe do Redentor, rogai! / Mãe do Salvador, rogai! / Do libertador, rogai por nós! / Mãe dos oprimidos, rogai! / Mãe dos perseguidos, rogai! / Dos desvalidos, rogai por nós!
2. Mãe dos boias-frias, rogai! Causa da alegria, rogai! / Mãe das mães, Maria, rogai por nós! / Mãe dos humilhados, rogai! / Dos martirizados, rogai! / Marginalizados, rogai por nós!
3.Mãe dos despejados, rogai! / Dos abandonados, rogai! / Dos desempregados, rogai por nós! / Mãe dos pecadores, rogai! / Dos agricultores, rogai! / Santos e doutores, rogai por nós!
4. Mãe do céu clemente, rogai! / Mãe dos doentes, rogai! / Do menor carente, rogai por nós! / Mãe dos operários, rogai! / Dos presidiários, rogai! / Dos sem-salário, rogai por nós!

Cantar e celebrar, Eds. Loyola /SP. Ir Teresa Cristina Potrick, ISJ 7 Pe. R. Paiva, SJ