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O caminho estreito, o único caminho
Maria Santíssima bem sabia que seu Jesus era o Caminho (ver Jo 14,6) e não qualquer caminho, mas o único a ser tomado para os céus: o Caminho Estreito (ver 7,13), justamente por ser o único. Ela tomou este Caminho, ela o seguiu fielmente naqueles dias, em Jerusalém, preparando-se com o povo para a Páscoa, ainda a Páscoa de Moisés, mas logo, logo, a Páscoa da Ressurreição do seu Filho querido, que dissera em Betânia: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25).
Seu Coração terno e amoroso, cheio de Fé, acreditava mas tremia. O ambiente estava pesado, cheio de boatos ameaçadores. Os poderosos faziam reuniões, os funcionários e servidores espalhavam os resultados. Jesus deveria ser preso e eliminado. Enchendo-se a cidade com judeus vindo de todas as partes do Império Romano, da “diáspora” judaica, para celebrar a Páscoa, os dominadores vigiavam atentamente. Das torres da fortaleza Antônia, podiam manter os olhos das sentinelas nos enormes pátios do Templo, prontas as armas para reprimir qualquer sinal de distúrbio.
Nada disto escapava à sensibilidade atenta da Mãe, nem dos Apóstolos. Um deles, Judas Iscariostes foi, não se sabe bem porquê, negociar a entrega de Jesus a seus inimigos, membros da liderança do povo, fariseus e saduceus, membros do senado de Israel, o Sinédrio. Jesus foi avaliado numa quantia bem baixa, 30 moedas.
Os acontecimentos se precipitavam, e Jesus não se escondia, mas continuava indo ao Templo e pregando. O Coração da Mãe se apertava. E ela se confiava à Providência de Deus, o Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor. Lembrava como a Sua Mão tinha acompanhado o povo. Recordava, talvez, a repreensão aos Apóstolos: “Por que duvidastes, homens de pouca fé”? (Mt 21,31)
E as horas passavam, a agonia ficava mais intensa, mas apertado o Coração amoroso e delicado.
Já podemos rezar:
“Nossa Senhora das Angústias, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte, amém”!