Jeremias 6
Capítulos finais – 32 a 52 *
“Vê, os aterros chegam até a cidade (feitos para anular os muros de defesa e permitir o ataque final a Jerusalém) e a cidade está entregue aos caldeus, que a atacam com a espada, a peste e a fome” (Jr 32,24). Contudo Jeremias deve preparar o futuro que virá e comprar um terreno! Jeremias estava defendido no quartel dos guardas reais, e recebe um oráculo feliz: “Nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, agora desoladas (…) ainda se ouvirá a voz alegre e a voz festiva” (ver Jr 33,6-26). Nestes versículos há, claramente, uma promessa messiânica: “Naqueles dias e horas, suscitarei de Davi um rebento legítimo, que trará justiça e direito sobre a terra (…). Como as incontáveis estrelas do céu, como os inumeráveis grãos de areia das praias, multiplicarei a descendência do meu servo Davi”.
O rei Sedecias, que não tomava medidas contra Jeremias e o protegia, como Herodes tentou fazer com o Batista, não toma também medidas para se reconciliar com os babilônios, temendo ou desconfiando dos egípcios. Jeremias continua o advertindo do erro que cometia. Também pediu a volta aos bons tempos em que se cumpria a lei libertando os escravos hebreus a cada sete anos. Jeremias chegou a ser chicoteado e preso, “na casa do escrivão Jônatas”. O rei não o liberou, mas, em segredo, mandou lhe pedir um oráculo do Senhor. O profeta não hesitou: “Sim, serás entregue às mãos do rei da Babilônia” (Jr 37,17). Mas os pró-egípcios predominam, a cidade foi tomada e: “Os caldeus (babilônios) incendiaram o palácio real, as casas do povo e destruíram as muralhas” (Jr 39,8). Correu sangue até da família real. Sedecias foi preso e levado a Nabucodonosor. Jeremias se lamentou, e Baruc, seu amigo e secretário registrou essas palavras sofridas (ver capítulo 45). Os capítulos seguintes são “oráculos contra as nações”, começando contra o Egito e concluindo contra a Babilônia. O último capítulo, o 52, é uma espécie de resumo narrativo. O saque do Templo é descrito com pormenores, e o estatuto de Sedecias, em prisão domiciliar em Babilônia também. Um resto era preservado, a esperança vivia, a promessa do Senhor não falharia!