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A oração de Azarias e o Cântico dos 3 Jovens (Dn 3)
O rei Nabucodonosor tinha mandado fazer uma estátua de ouro com 30 metros de altura e ordenado que todos a adorassem. Quem se recusasse seria atirado numa fornalha ardente. O relato anima os israelitas a resistirem todas as tentativas de os fazerem deixar a fé e aderir às idolatrias, por mais imponentes que fossem.
Sidrac, Misac e Abdênago se recusaram e foram atirados no fogaréu. Por intervenção divina, passeavam tranquilamente lá dentro, acompanhados por um anjo. Então, “Azarias se deteve para orar e, abrindo os lábios em meio às chamas, disse:
‘Bendito sejas, Senhor Deus de nossos Pais,
Louvado e glorificado seja o Teu Nome para sempre!
O que fizeste conosco está justificado. Todas as Tuas ações são justas (…) com justiça e direito executaste tudo, por causa de nossos pecados (…) Por causa de nossos pecados, Senhor, somos o menor dos povos, humilhado por toda a terra. Já não temos príncipe, nem chefe nem profeta, nem holocaustos, nem sacrifícios, nem ofertas nem incenso, num lugar onde Te oferecermos primícias e alcançar misericórdia (…) Daqui para frente Te seguiremos de todo o coração, Te temeremos, buscaremos a Tua Face. Não nos decepciones…’” (ver Dn 3,26-45).
Tirados vivos da fornalha, o milagre tocou os corações do rei e dos pagãos, como toca nossos corações saber que os judeus do século XX sobreviveram aos fornos crematórios acesos nos campos de concentração nazistas.
Este mesmo capítulo traz um hino magnífico de louvor, muito encontrado na liturgia cristã: “Bendito és, ó Senhor Deus de nossos Pais! A Ti glória e louvor pelos séculos”! Então segue-se um cântico das criaturas, que são convocadas a proclamarem a glória de Deus:
“Criaturas todas do Senhor, bendizei ao Senhor, exaltai-O com hinos pelos séculos! Anjos do Senhor, bendizei ao Senhor (…) Santos e humildes de coração, bendizei ao Senhor (…) Ananias, Azaria e Misael, bendizei ao Senhor, exaltai-O com hinos pelos séculos, porque vos tirou da cova, vos livrou do poder da morte, vos arrancou da chama ardente e vos livrou do fogo” (ver Dn 3,52-90).
Até hoje, pelos séculos, com este hino judeus e cristãos entoam glórias ao Senhor invencível. O relato anima os israelitas a resistirem todas as tentativas de os fazerem deixar a fé e aderir às idolatrias, por mais imponentes que sejam.