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VENTOS DE INTOLERÂNCIA

Cardeal Tolentino

O IMIGRANTE TORNOU-SE O BODE EXPIATÓRIO PARA TODOS OS PROBLEMAS

No início deste mês de setembro, Willy Monteiro Duarte foi assassinado num bairro de Roma, a socos e a pontapés, por quatro jovens mais velhos do que ele. Willy, nascido já em Itália, é filho de emigrantes cabo-verdianos. Tinha 21 anos, mas nas fotografias que os jornais têm publicado parece ainda mais miúdo. Interveio numa discussão para defender um antigo colega de escola. Foi abatido sem piedade. O magistrado que colocou os agressores na prisão sublinhou o facto de se tratar de um ato de violência brutal onde a cor da pele da vítima influiu.

A comunidade cabo-verdiana formou-se em Roma entre os anos 60 e 70 do século passado. No início, era sobretudo constituída por mulheres que chegavam como empregadas domésticas, um trabalho para o qual era cada vez mais difícil encontrar mão de obra italiana. Como frequentemente acontece na história da imigração, nos primeiros tempos não existia o pensamento de uma integração na nova sociedade: a ideia era apenas trabalhar para comprar o bilhete de volta, levando consigo umas tantas economias que permitissem relançar a vida no arquipélago natal. Nos anos 80 as coisas mudam. A perspectiva de um regresso a médio prazo a Cabo Verde ia-se distanciando. Em vez de partir, aquelas mulheres ajudavam à instalação em Roma das suas famílias. Cresceram em número e diversidade de profissões, organizaram-se como comunidade

A jornalista Maria de Lourdes Jesus, tia de Willy, num impactante testemunho publicado esta semana no “Corriere della Sera”, recorda que a Itália desses anos era muito diferente daquela de hoje: a maioria da população e o consenso das forças políticas colocava-se então da parte dos mais desprotegidos e conseguia, por exemplo, exercer um forte controlo social em relação ao racismo. Foram os anos fortes das políticas de integração. A televisão pública iniciava um programa para retirar da invisibilidade as comunidades migrantes, apostava-se consistentemente na educação, fez-se o primeiro pacote legislativo que tinha em conta a sua dignidade e direitos. Sempre existiu, explica Maria de Lourdes Jesus, uma minoria que explorava a hostilidade e o ressentimento contra os imigrantes. Ora, o que aconteceu é que esse grupo, ao qual não se prestava grande atenção, “foi crescendo, ao mesmo tempo que cresciam os discursos drásticos contra os imigrantes, despudoradamente acusados de roubar o trabalho aos nacionais… O imigrante tornou-se o bode expiatório para todos os problemas”.

Não podemos partir daqui para nos perguntarmos se a Itália é um país racista. Mas (…) os países do projeto europeu não podem fazer de conta que não sentem soprar os ventos de intolerância

Certamente que não podemos partir daqui para nos perguntarmos se a Itália é um país racista. Seria injusto e abusivo. A questão que se impõe é, sim, comum aos países do projeto europeu que não podem fazer de conta que não sentem soprar os ventos de intolerância. E ela diz igualmente respeito aos cidadãos europeus — não só aos Estados — que são chamados a protagonizar práticas de inclusão social que reforcem o sentido comunitário. Fantástico testemunho deu a família Caló de Treviso (um casal e quatro filhos), que decidiu acolher em casa seis jovens africanos, com idades entre os 23 e os 34 anos, que haviam atravessado o Mediterrâneo numa casca de noz. Antonio Caló refere-se hoje a eles como “os meus filhos negros”. Em quatro anos de um percurso certamente árduo, ajudaram-nos como se ajudam os filhos a alcançar a própria autonomia, mas colocando em tudo o amor como chave.

Um exemplo português que me toca é o que os padres da Consolata desenvolvem no seu seminário, em Rio de Mouro. Nos últimos anos, têm tido sempre refugiados a partilhar a vida comunitária deles. Claro que é exigente e trabalhoso. Mas é também um gesto que transforma o mundo. Já nos perguntámos o que podemos fazer?

 

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Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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