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Oração
Em tempos de desgraça, a alma de Israel se volta, orante, para o Senhor, Deus de Abraão, Isaac e Jacó (Lm 1,20-22):
“Vê, Senhor, minhas angústias e a amargura de minhas entranhas! Por dentro de mim, meu coração se revolve de tanta amargura. Na rua, a espada me deixa sem filhos. Em casa, a morte. Escute como gemo, sem que ninguém me console. O inimigo se alegrou com minha desgraça, que Tu mesmo executaste. Faze, porém, que chegue o dia anunciado, e serão como eu, Cheguem suas maldades à Tua presença e trata-os como me trataste por minhas rebeliões. Multiplicam-se meus gemidos, desfalece o meu coração”!
Embora o orante questione o Senhor: “O Senhor desbaratou meus capitães no meio de mim! Fez recrutamento contra mim para triturar meus soldados! O Senhor pisou no lagar a donzela, capital de Judá”, é a Ele que eleva seu queixume, sua oração, seu apelo!
Há um lampejo de esperança, que logo passa, e, assim, no capítulo ou cântico seguinte, volta a dor, o gemido, o lamento:
“O Senhor destruiu sem compaixão todas as moradas de Jacó! Com Sua indignação, demoliu as praças fortes de Judá, derrubou por terra, desonrados, o rei e os príncipes. Inflamado em ira, abateu o vigor de Israel. Ao chegar o inimigo, escondeu a mão direita às costas e matou, como inimigo, a flor da juventude e, nas tendas de Sião, derramou como fogo seu furor (Lm 2,2-4).
(…)
Meus olhos se consomem de chorar, se consomem de amargura minhas entranhas, meu fel se derrama por terra, por causa da ruína da capital do meu povo. Meninos e bebês desfalecem pelas ruas. Perguntavam a suas mães: ‘Onde há pão e vinho?’; enquanto desfaleciam como feridos pelas ruas da cidade enquanto expiravam nos braços de suas mães” (Lm 2,11-12;
Novamente oração, sentida e dolorida: “Olha, Senhor e vê! A quem trataste assim? Quando mulheres comeram seus próprios filhos, seus ternos filhos? Quando assassinaram sacerdotes e profetas no Templo do Senhor”? (2Lm 2,20)
Pensemos nas aflitivas guerras, epidemias, duradouras tiranias e opressões. Rezemos: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”! Amém!