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Eucaristia: Cântico das Criaturas

Eucaristia: o Cântico das Criaturas

Raniero Cantalamessa: “Isto é o meu Corpo – à luz de dois cânticos eucarísticos”

Edições Loyola / SP pp 129-131

 

A doutrina sobre o final dos tempos, a escatologia cristã, tomou, desde o Novo Testamento duas orientações diferentes e complementares. Há a escatologia “consequente”, dos Evangelhos Sinóticos (Mt, Mc, Lc) e de Paulo, que coloca o cumprimento no futuro, na segunda vinda de Cristo, e acentua fortemente a dimensão de espera, da esperança; e há a escatologia “realizada” de João, que coloca o cumprimento essencial no passado, na vinda de Cristo na Encarnação, e vê, já iniciada, na Fé e nos sacramentos, a experiência da vida eterna.

A Eucaristia reflete ambas essas perspectivas. Reflete a escatologia “consequente”, enquanto faz viver “a espera da vinda”, impele a olhar, constantemente, adiante, e a sentir-se “viandante” neste mundo, povo a caminho da pátria. Reflete a escatologia “realizada”, enquanto permite provar, aqui e agora, as primícias da vida eterna. É como uma janela aberta através da qual o mundo futuro irrompe no presente, a eternidade entra no tempo e as criaturas começam seu retorno a Deus.

Consideremos a Eucaristia exatamente sob este último aspecto. Nela se realiza, a cada vez, sacramentalmente, aquele ato que, segundo o Apóstolo, concluirá a história: “E quando todas as coisas houverem sido submetidas, então o próprio Filho será submetido àquele que tudo Lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,28).

Dir-se-ia que se pode apressar ou retardar a obtenção do objetivo final da história. Cristo, com efeito, não pode submeter-se “inteiramente” ao Pai, enquanto houver um membro do Seu Corpo que não seja submisso a Ele. Enquanto não sou submisso submetido ao Pai, não se pode dizer que nem o Cristo seja submetido. Ele não quer receber, sem ti, sua glória plena. Sem ti, isto é, sem o Seu Povo, que é o Seu Corpo e Seus Membros.

A Eucaristia nos vem ao encontro nesta tarefa. Nela, nós nos submetemos a Cristo, que nos oferece com Ele ao Pai, como proclama a doxologia final do Cânon (Anáfora I): “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a Vós, Deus Pai Todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre, por todos os séculos dos séculos, amém”!

Toda a atividade humana faz um retorno a Deus, graças à Eucaristia. NO pão e no vinho, “frutos da terra e do trabalho humano”, é a matéria – sol, terra, água – que é apresentada a Deus no altar e alcança seu fim último: proclamar a glória do Criador. Por meio deles, também o trabalho humano chega ao altar. E não só o trabalho agrícola. No processo que vai da semente ao pão, da videira ao vinho no cálice, intervêm a indústria com suas máquinas, o comércio, os transportes e uma infinidade de outras atividades humanas.

Em um ensaio sobre “A Eucaristia e a vida de cada dia”, Karl Rahner se pergunta como é possível superar o conflito aparentemente insanável entre Eucaristia e vida cotidiana. Ali, tudo é “festa santa pela aproximação com Deus, cume de nossa história salvífica e reconciliação no encontro com o Verbo eterno e encarnado de Deus”. E, aqui, tudo é obscuridade, ambiguidade e esforço. Como ir em direção ao mundo sem ser mundano? “Se, recebendo a Comunhão, também aceitamos a vida de cada dia e nos exercitarmos em aceitá-la, então ela se torna a continuação da Comunhão na realidade cotidiana”.

Pelo trabalho e pela vida cotidiana do fiel, a Eucaristia estende sua ação ao cosmo inteiro. Escreve Teilhard de Chardin: “Quando, através do sacerdote, Cristo diz: ‘Isto é o meu Corpo’; estas palavras vão muito além o pedaço de pão sobre o qual são pronunciadas. Elas fazem nascer o Corpo Místico inteiro. Além da Hóstia transubstanciada, a ação sacerdotal se estende ao cosmo inteiro”.

Cada Eucaristia é uma “Missa soabre o mundo”.

Essa visão inspirou a Teilhard de Chardin orações que podemos fazer nossas toda vez que participarmos da Missa e também quando não podemos dela participar:

“Eu Te ofereço, ó Senhor, sobre o altar da terra inteira, o trabalho e o cansaço do mundo… Tudo aquilo que, durante o dia, crescerá no mundo, tudo aquilo que nele diminuirá e também tudo aquilo que nele morrerá… Recebe, Senhor, esta Hóstia total, que a Criação, movida por Tua atração, Te apresenta ao alvorecer de um novo dia…”

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Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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