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Contemplação para alcançar o amor

A Contemplação para alcançar o amor é o coroamento dos Exercícios Espirituais. A partir daqui podemos perceber o sentido unitário e global de todo o caminho. O Princípio e Fundamento e a Contemplação para alcançar o amor são inseparáveis, como chaves que se enriquecem mutuamente.

Os dois momentos do exercício, o inicial e o final proporcionam visões de conjunto de toda a existência humana. O Princípio e Fundamento é por assim dizer a porta de entrada dos EE e a CAA – a porta de saída para viver, dia a dia, uma vida evangélica.

A CAA é uma espécie de grande acorde final que nos lembra que tudo “ é graça”. É a mais profunda e íntima satisfação de sentir “filho/a amado/a” pelo Pai.
Se o amor de Deus tem uma constituição trinitária, talvez nos ajude a contemplar esse amor, considerar o mistério das divinas pessoas como fonte e como fim dos dons que o amor nos faz experimentar.

Segundo Santo Inácio, o melhor modo de fazer a contemplação para alcançar amor, é explicitar a referência a nosso Senhor Jesus Cristo. Esta contemplação deve ser vivida na linha da semana, envolvida pela presença e pela mediação de Jesus Cristo. Para Santo Inácio, não há acesso ao Pai a não ser pela mediação de Cristo. Quem revela a Trindade é Cristo.. .A dimensão cristológica é constante em Inácio.

No Princípio e Fundamento o exercitante se encontra diante da tarefa para um mês… Na CAA se encontra diante de uma tarefa para a vida inteira.
Nos retiros de 8 dias, passa despercebida entre malas a serem feitas, arrumação do quarto, ligações, despedidas, etc…

A última contemplação não é um enfeite dos Exercícios. Muito pelo contrário, é lá onde o exercitante tem a chance de recolher o fruto do retiro.

Deus é Amor. Entrar no caminho de Deus “significa” viver no amor, transformar-se nele, no “Amor”.

A iniciativa do amor, não vem do exercitante e sim de Deus. Ele nos amou primeiro. Deus colocou sua “Palavra” em todas as coisas: na vida, natureza, história, culturas, religiões, e em nós. É preciso descobrir essas sementes do Verbo e admirar o amor em tudo. O amor se põe mais em obras que nas palavras, e na troca de bens entre o amante e o amado.

A permanente tarefa de um coração contemplativo é impedir “opacidade” das coisas, que pouco a pouco vai fechando a nossa capacidade de ver a Deus de maneira “transparente” em todas as coisas e de ver todas as coisas em Deus.

Em nossa experiência espiritual o problema de nossos olhos “não enxergar”, na realidade é sempre um problema do coração. Os que têm o coração limpo vêem a Deus. Falando espiritualmente, precisamos mais de “cardiologistas” do que de “oftalmologistas”.

A tentação da “opacidade” faz-nos esquecer Deus, o autor dos dons, e daí a desordem de nossas afeições, desviando-nos do sentido do fim para o qual fomos criados.

A “transparência” consiste na capacidade de ler a própria vida, descobrindo os dons de Deus, sua presença, sua atividade. Santo Inácio apresenta uma visão da vida que permite encontrar Deus e unir-se a Ele em todas as coisas. Nas coisas criadas revela-se a presença de Deus que se dá (1), que se aproxima das pessoas (2), que trabalha por elas ( 3 ), e é a fonte da qual provém todo bem ( 4 ).

Esse amor ativo e primeiro de Deus, suscita em nós a gratidão profunda que nos leva a responder com a própria vida, para fazê-lo mais conhecido e amado por todos os seres humanos de Deus.

Santo Inácio coloca duas notas que é preciso ter presente:
• A primeira, que o amor deve consistir mais em obras do que em palavras (EE 230 ) ;
• “A segunda, que o amor consiste na comunhão mútua, isto é, quem ama dá e comunica o que tem ou pode a quem ama e igualmente, por sua vez, o amado ao que ama. ( EE 231).

Preâmbulos:

Os preâmbulos, como sempre, são a composição de lugar e a petição da graça para o exercício. Ambos vão nos dar a entender muito claramente quais os objetivos de Santo Inácio para esta contemplação.
• Oração preparatória: – consiste em pedir a graça a Deus nosso Senhor para que todas a minhas intenções, ações e operações, sejam dirigidas unicamente ao serviço e louvor de sua Divina Majestade” ( EE 46).
• Composição de lugar: – “ consiste aqui em ver como você está diante de Deus nosso Senhor, dos anjos e santos que intercedem por você…” Lá está também a Mãe amorosa e gloriosa, Mãe dele e sua também! Lá estão tantos de seus parentes e amigos! Todos vencedores no Cristo vencedor! (EE 232 ).
• “… pedir o que quero”: será aqui pedir conhecimento interno de tantos bens recebidos para que eu, reconhecendo-os inteiramente, possa em tudo amar e servir à sua divina Majestade” ( EE 233 ).

Santo Inácio nos propõem quatro passos para a Contemplação para alcançar Amor:

 

1. A Memória – Os dons recebidos de Deus (EE 234).

Este primeiro passo está intimamente relacionado com a 1ª Semana dos Exercícios… Fala das bênçãos e prodigalidades divinas: a Criação, a Redenção, o que Deus fez por mim, o que ele me deu, o seu grande desejo de dar-se a si próprio.

“Trazer á memória todos os dons recebidos como: a Criação, a Redenção, os dons particulares: vida, família, amigos, acontecimentos, experiências… Recordando com muito afeto quanto Deus nosso Senhor fez por mim”, : recordar as pessoas que me ajudaram a encontrar Deus; os acontecimentos que me revelaram Deus; alguns lugares, paisagens que me falaram de Deus; algumas experiências que me fizeram sentir Deus em meu coração.
Precisamos “levantar os olhos das pedras do caminho” e apreciar a “chuva de graças”! São como raios que nos unem mais ao sol; como águas que nos vêm da fonte limpa.

“Considerar de minha parte o que devo oferecer e dar a sua divina Majestade, meus bens e a mim mesmo/a, como presente, com toda afeição.”

 

Deste conhecimento interno de tanto bem recebido, surgirá, “com toda a afeição”, o oferecimento de mim mesmo/a :

‘Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória também, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo Vós me destes com amor. Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo. Disponde deles Senhor, segundo a vossa vontade… Dai-me somente: o vosso amor vossa graça, isto me basta nada mais quero pedir.” (EE 234).

Agradecer a Deus. Com Maria repetir seu canto: o ”Magnificat”.
“Suscipe”: dizer a Deus que tudo o que é meu é dele.
Aprender com ele a amar os irmãos, sem buscar meu interesse, “amando primeiro” como Cristo.
Colocar à disposição dos outros os dons recebidos ( 1 Pd 4, 10 ).
Quando alguém guarda uma profunda mágoa por seu passado, ou nunca experimentou a gratuidade do amor humano, ou tem algum problema de aceitação de si mesmo/a, dificilmente vai poder agradecer os benefícios recebidos.

 

2. A Presença – Deus se faz presente a mim em todas as coisas (EE 235).

O segundo passo da CAA se relaciona com a Segunda Semana dos Exercícios… A Santíssima Trindade está presente em todos os seres, dando ser, viver, sentir, entender e amar.
Deus não se contenta com plenificar-nos de dons. Deus não só dá os seus presentes, mas vive neles. Não fica alheio ao que criou. Ele não despacha pelo “correio” e fica distante. Ele, ao contrário, está presente no dom; habita em todas as criaturas… das mais imponentes e das que nos parecem sem utilidade e até desprezíveis… faz crescer as plantas… dá sensibilidade aos animais… inteligência aos seres humanos. Habita em mim, Jesus e faz do meu corpo templo do Espírito…

E me constitui pedra viva sobre o fundamento que é o Cristo, a pedra que é Pedro, na edificação espiritual, a Igreja, que vai ser expandida na Jerusalém celeste, cujas portas serão abertas para uma multidão mais numerosa do que as areias do mar, do que as estrelas do céu…

Essa presença de Deus se manifesta de muitos modos para aquele/a que crê. Cristo fica presente na Eucaristia, como aquele que se dá e que leva as pessoas a comungarem com ele, assumindo o compromisso de se darem a seus irmãos.

Perceber como na minha comunidade posso tornar-me presente aos outros. Na proporção do meu amor novo, identificar-me com a vida dos que mais sofrem necessidades, como Jesus.

É importante perceber que o termo da contemplação sou novamente eu. A consideração de Deus presente nas criaturas vai ascendendo como por uma escada: “Nos elementos… Nas plantas… Nos animais… Nos homens… Em mim…”, considerar como Deus está presente em mim é o que Santo Inácio pretende neste exercício.

 

3. A Ação – O Senhor trabalha por mim (EE 236).

 

O terceiro passo da CAA, nos lembra a Terceira Semana dos EE., Cristo sofre e morre por nós ( EE 197 ).

“Considerar como Deus por mim trabalha e age em todas as coisas criadas sobre a terra”

. A presença de Deus é ativa. O amor de Deus trabalha por mim em Jesus Cristo. Deus não só é Vida, mas é presença que impulsiona a Vida. Deus não é um expectador da história, presente na arquibancada do Universo. Ele se engaja e age na história.
Contemplar o trabalho de Deus nas coisas criadas por minha causa. É no amor criativo da Trindade que age nas criaturas e opera em benefício dos que são capazes de conhecer esse amor: nós. Ver como Deus me sustenta, como me veste, cuida da minha saúde, revela-me a verdade, ordenando a ação de uns para o bem de outros. Maravilha da providência e do amor de Deus.
É em Cristo que a Trindade age mais evidentemente entre nós.. Cristo Senhor, continua agindo como cabeça de seu Corpo, a Igreja, presente neste mundo vivificando-nos por seu Espírito.
Contemplar como eu me encontro nesse grande trabalho, recebendo inúmeros dons por meio da ação de Cristo em meus irmãos, que com sua palavra e seu exemplo fazem o bem para minha salvação.

Contemplar como eu recebo também o poder de fazer o bem a meus irmãos e trabalhar para a salvação dos outros. Cristo se comunica aos outros pelo meu trabalho, pela minha palavra, pelo meu exemplo, pela minha paciência.

O terceiro passo da contemplação aponta na direção do Espírito. Fala-nos do “trabalho” de Deus, do Espírito que dá a vida. O “trabalho” do Espírito consiste em nos mover, conduzir, levar-nos aos tempos e lugares onde nossa presença é necessária para construir o Reino de Deus. É obra do Espírito mover-nos internamente, desinstalar-nos, converte-nos, transformar nossos corações de terra em corações de carne (Ez 11,19).

 

4. A Participação – Todos os bens descem do alto (EE 237).

Tudo desce do alto: o limitado poder humano vem do Poder dele… assim como a justiça… a bondade… a piedade… a prudência… a misericórdia… a fé… a esperança…, a caridade sincera e sem fingimento. Nosso Deus é a Fonte de todo o bem, beleza, vitalidade… É o vivificador… o Santificador… o Salvador… o Restaurador… o Inovador.
“Olhar como todos os bens e dons descem do alto; tais como do sol descem os raios, da fonte as águas, etc.”

No quarto passo, contemplamos a presença de Deus através das criaturas. Podemos relacionar este 4º passo, com a Quarta Semana , o Senhor Ressuscitado, no seu papel de Consolador comunicando o Espírito Santo, que nos abre o entendimento.,

O Deus presente e que age nos seus dons é um Deus que ama. A sua ação é libertadora. Deus quer se revelar, se comunicar, se doar. Seu ser transparece no seu agir. Ele inicia um diálogo com o homem e espera deste uma resposta “a sua imagem e semelhança”: resposta humana, livre, gratuita. Resposta de amor.

A vocação da pessoa humana é ser imagem e semelhança de Deus, isto é, “ser dom”; “estar presente” no dom; ser presença “ativa e criadora; deixar “transparecer” em nós o amor de Deus.

Não podemos medir a nossa eficácia pastoral com critérios empresariais. Não importa quantos sejam nossos trabalhos pastorais ou ainda o lugar que ocupemos na Igreja: todo o nosso trabalho se resume em sermos “imagens de Cristo”, em sermos o bastante transparentes, de tal modo que outros – sem preconceitos, mas também sem precisarem ser adivinhos – possam descobrir a Cristo em nosso rosto, nosso jeito e nossas ações. Isto é o único importante – o jeito concreto de ser outro Cristo, isto é segui-lo.

Quem foi “alcançado” pelo amor de Deus mergulha-se no oceano do acatamento reverencial.

A resposta a Deus só pode ser da mesma qualidade e sabor do dom recebido. A gente pode ser também dom: estar presente em tudo o que fazemos com o nosso toque pessoal e criativo, entregando-nos a nós mesmos com dedicação e alegria.

Inácio formulou uma bela oração. Nós também podemos formular a nossa: “ Tomai, Senhor , e recebei toda a minha liberdade, …”

 

Salmo : Tudo é Dom do Amor

Pe. Manuel Eduardo Iglesias, SJ

A gente, Senhor, pode passar pela vida
como cego
se não enxergar o AMOR;
como surdo
se não escutar tua voz.

Dá-me, Senhor,
capacidade de ver e escutar!
Quem sou eu? Sou aquele que
poderia não ter existido, e existo.
Sou puro dom gratuito.

– O sol que me alegra,
a natureza que me sustenta,
o ar que eu respiro,
são dons que não mereço.

– Os pais que tenho,
os amigos e os colegas,
os sábios e os artistas,
são dons que me enriquecem.
– O Cristo, a fé, a Igreja,
Maria e os Santos,
A Eucaristia e o mundo,
são dons inesperados.

– O grande, Senhor, é que:
No sol,
nos amigos,
no Cristo,
na vida…
Tu estás presente,
Tu ages dia e noite,
Tu me dizes, lá dentro:
Eu te amo!

• Aminha vocação é
SER DOM, Senhor,
Para os outros, para ti.
Assim, através do meu dom,
Outros escutarão o que lhes dizes:
EU TE AMO!

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Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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