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A Páscoa de Jesus

A Ceia

Para uma leitura orante

De “Da Ceia ao Pai Nosso – I”, de R. Paiva, SJ, Loyola / SP

 

Começa a páscoa de Jesus

“Chegou o dia dos Pães sem fermento”, isto é, “dos Pães Ázimos”, quando devia ser imolada a Páscoa” (Lc 22,7). Cada família preparava o cordeiro, as ervas e o pão segundo a Lei de Moisés. Naquele tempo, Jesus e os seus se encontravam em Jerusalém.

A páscoa da antiga lei: festa dos pães sem fermento

Até hoje, Israel, o Povo Testemunha da Antiga Aliança, se reúne neste dia “do primeiro de todos os meses”, a fim de celebrar “a Passagem”, a Páscoa. É “a Passagem” da Casa da Servidão, o Egito do Faraó opressor, para o desejado êxodo em direção à Terra Prometida:

“Este dia será para vós um dia memorial. Celebrareis uma festa para o Senhor por todas as gerações. Durante sete dias comereis pão sem fermento… e o sétimo dia será o dia de uma sagrada convocação para vós. Nenhum tipo de trabalho será feito, exceto aquele necessário para preparar o alimento de cada um… Será um dia de festa, porque nele eu tirei vossos exércitos da terra do Egito…” (Ex 12,11.15.17).

Também, “no décimo dia deste mês”, os filhos de Israel devem “tomar um cordeiro… um cordeiro por família…, sem defeitos, macho no seu primeiro ano. Ele será guardado até o dia 14 do mesmo mês, quando todos de Israel o matarão à tarde… Deveis comê-lo nesta noite, assado no fogo com os pães sem fermento e ervas amargas… Comei apressados: é a Páscoa do Senhor” (Ex 12, 3-11).

“Desejei ardentemente”

Naquela noite, Jesus presidiu a ceia dos apóstolos em atmosfera pascal. Começou-a com uma declaração de amor:

“Desejei ardentemente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer, porque eu lhes digo: já não a comerei até que ela se realize no Reino de Deus” (Lc 22,15.16).

Paixão e sofrimento

Sabia Jesus que ia sofrer? Segundo Lucas, sim, sem dúvida. Por exemplo, numa passagem anterior (20,9-18), ele nos mostra Jesus contando a parábola dos vinhateiros homicidas, uma verdadeira “história simbólica” de Israel, que irritou profundamente as lideranças do povo. Eles tentaram até mesmo matar Jesus, apedrejando-o.

De fato, nesta parábola, Jesus compara o Pai a um proprietário de uma vinha, o símbolo de Israel, o Povo Eleito. Os chefes do povo são desmascarados na figura dos rendeiros, tão ambiciosos que se tornam assassinos. Os profetas são os empregados do proprietário: eles vão cobrar os devidos rendimentos. Recebem-nos, porém, com maus tratos. Diante da resistência maliciosa destes rendeiros desonestos, o proprietário decide-se a enviar-lhes “o seu Filho amado”, o herdeiro, acreditando que ele seria respeitado. Mas ilude-se! Os rendeiros, pelo contrário, acham melhor matar o rapaz, com a esperança de se apossarem da vinha. Assim pensaram, assim fizeram.

Ora, aqui Jesus mostra que conhece muito bem as intenções homicidas dos seus inimigos. Por sua vez, eles, tentando apedrejá-lo, revelam como o tinham compreendido perfeitamente: Jesus os acusava de tramarem a sua morte.

As lágrimas de Cristo

Lucas também guardou a memória das lágrimas de Cristo à vista de Jerusalém, quando ele chegava à cidade para a sua última Páscoa:

“Como estivesse perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: Ah, se neste dia reconhecesses a mensagem de paz! Agora, porém, isto está escondido a teus olhos!” (19,41-44).

Não foi esta a única lamentação de Cristo sobre a Cidade Santa. Foi-nos conservada uma outra:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes eu quis reunir teus filhos como a galinha recolhe os seus pintinhos debaixo das asas, mas tu não o quiseste!” (Lc 13,34-35).

O destino dos profetas

Numa discussão com os fariseus e os doutores da lei, Jesus se refere ao estranho destino das lideranças de Israel, tão prontas a rejeitar os profetas:

“— Ai de vós que edificais os túmulos dos profetas, enquanto foram os seus pais que os mataram. Assim sois testemunhas e aprovais os atos dos seus pais: eles mataram e vós edificais! Eis porque a Sabedoria de Deus disse: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles perseguirão a alguns deles, a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde a criação do mundo, do sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o Santuário.
— Mestre, falando assim nos insultas, também!”
Mas Cristo não abaixou o tom de suas advertências. Por isso mesmo,
“quando saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a persegui-lo terrivelmente, e apertá-lo com interrogatórios a respeito de muitas coisas, armando-lhe ciladas para surpreenderem uma palavra de sua boca” (Lc 11,47-54).

Assim foi dito. Assim aconteceu e acontece com os seus melhores discípulos.

“Geração de assassinos”

A história do assassinato de Abel por Caim (Gn 4,1-16) é bem conhecida. Tornou-se mesmo um símbolo do lado medonho das relações humanas. É o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Ora, o último assassinato narrado pelo Antigo Testamento foi justamente o desse Zacarias, do qual fala Jesus. Filho do sacerdote Jojada, Zacarias, “revestido pelo Espírito de Deus”, denunciou a traição dos israelitas, que abandonaram Javé e se tornaram adoradores dos ídolos. Então, “eles se coligaram contra ele e, por ordem do rei, apedrejaram-no sobre o pavimento do Templo de Javé”.

Atingido mortalmente, Zacarias gritou: “Javé verá isto e pedirá contas!” (2Cr 24,20-23)

Cordeiro Pascal, Cordeiro de Deus

Com efeito, no conjunto dos Evangelhos, as referências diretas e indiretas do Cristo à sua morte confirmam que ele, quando olhava para o cordeirinho daquela Última ceia, sabia que logo estaria assumindo o papel do animalzinho. Sacrificado em favor do povo, feito Cordeiro de Deus, Cordeiro imolado, a sua carne se tornaria verdadeiramente alimento para a multidão: “Isto é meu corpo que é dado por vós. Este cálice é meu sangue, que é derramado em favor de vós” (Lc 22,19-20).

O pão nosso de cada dia

Na sua última ceia, Jesus privilegiou o pão e o vinho. O pão era aquele mesmo que Jesus Menino tinha aprendido a saborear, partido na mesa de Maria e José, “o pão de cada dia”. Como era este alimento quotidiano do Menino de Nazaré? Era o pão que provinha das lavouras dos vizinhos. O trigo era comprado em grão, às custas do humilde trabalho de José na sua oficina e nos seus biscates. Maria, decerto, ajudava sempre. Quem sabe, fazendo algum queijo do leite de suas poucas cabras e ovelhas, criadas no pasto comunal… Como outras tantas Marias desta terra, podemos vê-la tecendo panos e aquelas magníficas túnicas, feitas em uma só peça, sem costura, para os comerciantes do bazar. Uma destas túnicas do artesanato galileu era usada por Jesus quando foi levado ao Calvário. Os soldados que o despiram para crucificá-lo admiraram-se da fina peça. Disseram entre si: “Não a rasguemos, mas tiremos a sorte para ver com quem ficará” (Jo 19,24).

Assim, “do fruto da terra e do trabalho do homem” (Liturgia do Ofertório), Maria fazia o pão. Diariamente, pilava o grão, misturava a massa, sovava, deixava fermentar… Afinal, do forno de barro vinha o cheiro bom e feliz. Os olhinhos do Menino brilhavam. Nem precisava mesmo que a Mãe dissesse: “Menino Jesus, está na hora; chama José!” Jesus gostava daquele pão escuro e forte de cada dia. Foi deste pão que ele nos lembrou de pedir ao Pai nosso: o pão quotidiano, conquista do trabalho honesto, comido na paz, repartido generosamente com o pobre, em respeito à sua condição de filho do Pai do céu.

D. Helder disse:

 

“SE REPARTIRES TEU PÃO
com medo,
sem confiança,
sem audácia,
em dois tempos
teu pão
se acabará…
Experimenta parti-lo
sem previsão,
sem cálculo,
sem poupança,
como o filho do Dono
de todos os trigais do mundo…”

 

Ora, Jesus é o Filho do Pai, rico de misericórdia, que partilhou a sua vida, deu de si até com seres a nosso ver insignificantes e desprezíveis, com “o que não é” (1Cor 1,28). Haverá maior partilha “sem cálculo nem poupança”? Haverá outro “pão vivo descido do céu”?

“Pão Vivo”

Do pão, fonte de vida em tantas culturas humanas através dos milênios, dom do Pai, Jesus nos levou mais adiante: o pão, por sua palavra, se torna n’Ele mesmo, o Pão Vivo. Assim ele se revela na sinagoga de Cafarnaum:

“Meu Pai vos dá o verdadeiro Pão do Céu, pois o Pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo… Eu sou o Pão da Vida… Vossos maiores comeram o maná no deserto e morreram. Este é o Pão que desce do céu, para que não pereça quem dele comer. Eu sou o Pão Vivo descido do céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. O Pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,32 ss).

A decisão da fé

O dom do Pai e do Filho, o Pão da Vida é causa de uma decisão de fé: “Esta palavra é dura, quem a pode ouvir!”, murmuram “muitos” dos seus discípulos (Jo 6,60).

Com lucidez, sem nenhuma auto-complacência, Jesus comenta:
“O espírito é que vivifica. A carne de nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida. Alguns de vós, no entanto, não crêem” (Jo 6,63).

Ora, “a partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e já não andaram mais com ele” (Jo 6,66).

Foi Pedro, nesta hora, quem tomou a iniciativa da fidelidade, fidelidade que Católicos e Ortodoxos têm mantido integralmente através dos tempos, apesar das disputas e divisões:

“Então Jesus disse aos Doze: ‘Não quereis vós também partir?’ Simão Pedro respondeu-lhe: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna! Nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus’” (Jo 6,67-69).

Quanto a você, o que diz? Sustenta o realismo da fé nesta palavra criadora, que faz do pão Sua presença, que nutre para a vida eterna? No que você crê? Pois, também a você, nesta geração, cabe a decisão da fé.

Termine rezando o “Credo” e o “Pai Nosso”.

E também uma bela “Ave Maria”, pois, sem ela, não teríamos nosso Redentor.

  • Ilustração: Santa Ceia por Aleijadinho, Congonhas / MG

 

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Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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