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“Com devoção Te adoro, oculta Divindade” – “E desfalece ao Te contemplar”

Hino ao Santíssimo
“Com devoção Te adoro, oculta Divindade”

“E desfalece ao Te contemplar

Comentário extraído de “Isto é o Meu Corpo –à luz de dois hinos eucarísticos” por Raniero Cantalamessa.

“Ao te contemplar”, diz o nosso hino [“Com devoção Te adoro” – “Adoro Te devote”]. O que se encerra neste pronome “Te”? Certamente o Cristo realmente presente na Hóstia consagrada, não como uma presença estática e inerte. Indica todo o Mistério de Cristo, Pessoa e obra. É um reescutar silenciosamente o Evangelho ou uma frase Sua em presença do próprio Autor desse Evangelho, que dá à Palavra uma força e uma proximidade particulares.

Isso, contudo, ainda não é o ponto máximo da contemplação eucarística. Esta consiste, essencialmente, em um olhar amante e aderente, penetrante e imóvel no Cristo presente. É a tentativa de estabelecer um contato de coração a coração com Jesus, realmente presente na Hóstia, e, por meio d’Ele, elevar-se ao Pai no Espírito Santo.

No cristianismo, a contemplação nunca é uma via de mão única. São sempre dois olhares que se encontram. “Eu olho para Ele e Ele olha para mim”, como dizia um camponês de Ars a seu Cura [São João Maria Vianney]. É um olhar para alguém que nos olha.

Este estágio da contemplação é o mesmo descrito pelo Autor do “Adoro Te devote” [provavelmente Santo Tomás de Aquino], quando afirma: “e desfalece ao Te contemplar” (Te contemplans totum déficit”). O verbo “desfalece é sugerido ao Autor pelo versículo do Salmo 84: “Minha alma desfalece de desejo pelos átrios do Senhor”. Está aqui a experiência de uma espécie de vertigem diante da Eucaristia: “Tudo desfalece, tudo se cala”. O quê? Não somente o mundo exterior, as pessoas as coisas, mas também o mundo interior dos pensamentos, das imagens, das preocupações. “Esquecimento de tudo, exceto Deus”, escrevia Pascal em seu “Memorial”, referindo uma experiência semelhante a de São Francisco de Assis, que exortava seus frades: “Grande miséria seria, e que mal miserável, se, tendo a Ele assim presente, te ocupasses com outra coisa, seja qual for, do universo inteiro” (“Carta a todos os frades”, 2 – FF 20).

Por volta da mesma data em que o hino foi composto, isto é, nos finais do século XIII, Ruggero Bacone, outro grande enamorado da Eucaristia, escrevia as seguintes palavras, que aparecem no comentário da primeira estrofe do “Adoro Te devote” e uma confirmação da experiência que dela transparece:

“Se a Majestade Divina se manifestasse de modo sensível, não poderíamos suportar e desfaleceríamos completamente pela reverência, devoção, assombro. A experiência o demonstra. Os que se exercitam na fé e no amor a este Sacramento não conseguem suportar a devoção que nasce de uma fé pura sem dissolver-se em lágrimas e sem que suas almas, saindo de si mesmas, se liquefaçam pela doçura da devoção, a ponto de não saberem mais onde se encontram e porquê”.

“Cai e desfalece” (“Totum déficit”)

A contemplação eucarística não é, absolutamente algo estético e inoperante. O ser humano reflete em si, às vezes até fisicamente, aquilo que contempla. Não se fica longo tempo exposto ao sol, sem ter os sinais estampados na pele. Permanecendo longo tempo e com fé, não necessariamente com fé sensível, diante do Santíssimo Sacramento, assimilamos os pensamentos e os sentimentos de Cristo, não por via discursiva, mas por via intuitiva, quase por força do que se realiza (“ex opera operato”). Em outras palavras, é aquilo que escreve o Apóstolo São Paulo: “E nós todos que, de rosto descoberto, refletimos a glória do Senhor, somos transfigurados nesta mesma imagem, com glória sempre maior, pelo Senhor, que é Espírito” (2Cor 3,18). É verdadeira também, em sentido cristão, a intuição do filósofo Plotino: “Cada ser é aquilo que ele contempla”.

A contemplação eucarística também possui um estranho poder de cura. NO deserto, Deus ordenou a Moisés que levantasse uma serpente feita de bronze numa haste. Os que fossem mordidos por uma serpente venenosa, quando olhassem para a imagem, ficavam curados (Nm 21,4-9). Jesus aplicou a Si mesmo o símbolo da serpente de bronze (Jo 3,14). O que devemos fazer , quando atacados pelas mordidas venenosas do orgulho, da sensualidade e de todas as outras doenças da alma, não é nos perdermos em vãs considerações, ou procurar justificativas, mas correr diante do Santíssimo, olhar a Santa Hóstia e fazer com que a cura passe por onde, geralmente, passa o mal: por nossos olhos.

Se, agora, por esses raios de luz, que o Autor nos fez vislumbrar, retornarmos com o pensamento à nossa realidade e nosso pobre modo de estar diante da Eucaristia, corremos o risco de nos sentir rebaixados e desanimados. Mas isto seria absolutamente errado. A única coisa que o Espírito exige de nós é dar-Lhe o nosso tempo, mesmo que, no começo, nos pareça tempo perdido.

Nunca me esquecerei a lição que, certo dia, me foi dada a esse respeito. Eu dizia a Deus: “Senhor, dai-me fervor e eu vos darei todo o tempo que quiserdes para a oração”. Lá no meu coração encontrei a resposta: “Raniero, dá-me o teu tempo e Eu te darei todo o fervor que queres em tua oração”.

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Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
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