250awhitea250a250a
  • INÍCIO
  • CONTEÚDOS CATÓLICOS
    • COISAS DA BÍBLIA
    • COISAS DO POVO DE DEUS
    • PROSA E VERSO
    • MARIA QUEM É
    • NO SILÊNCIO DA TENDA
    • SANTOS
  • RECEITAS
  • CONTATO
CONTATO
Jesus sempre ouve!
20/11/2020
Maria quem é – o Dia do Trabalhador, Jesus
24/11/2020

Conheces a montanha? – Nova física e pensamento Cardeal Tolentino

CONHECES A MONTANHA?

 

Cardeal Tolentino

É QUANDO COLOCAMOS O SER HUMANO EM RELAÇÃO QUE ELE SE AVIZINHA E REVELA A SUA NATUREZA

Para quem quiser ver, a ciência inicia-nos na complexidade e na beleza da vida. E fá-lo não só nos seus pontos de chegada, mas também no modo como ela própria se elabora. Por exemplo, ao ouvir contar ao físico Carlo Rovelli a extraordinária aventura que conduziu à formulação da teoria quântica — que ele define como uma das maiores conquistas científicas da Humanidade e que está por detrás de todo o surto tecnológico que tem vindo a reconfigurar o nosso modo de viver — há uma palavra na qual me fixo: a palavra relação. Primeiro: a física quântica superou a ideia da velha física de que o mundo deveria ser descrito partindo das substâncias e dos seus atributos para motivar-nos a pensar a realidade em termos de relações. É uma perspectiva nova de entender o mundo, mais subtil e dialógica do que a do materialismo simplista que estudava partículas no espaço. A chave torna-se a palavra relação. Segundo: A própria construção da teoria quântica nasce não apenas de um cérebro, mas da colaboração entre cientistas de gerações e geografias diferentes. Niels Bohr, um físico renomado de Copenhagen, que se apaixonara pelos mistérios do átomo, e que vivia no encalce de uma lei que explicasse a sua aparente incongruência. O jovem Werner Heisenberg que aos 23 anos pega nesse problema e genialmente consegue uma solução. Mas que temendo que tudo aquilo fosse ainda uma fantasia, envia o seu trabalho a Max Born, da universidade de Göttingen, na Alemanha, com o seguinte bilhete de acompanhamento: “Escrevi um trabalho louco e não tenho a coragem de mandá-lo para uma revista.” Born que, por sua vez, intui o passo histórico dado por aquele jovem aturdido e, com a ajuda do seu assistente, Pascual Jordan, trabalha intensamente para colocar em ordem a estrutura formal da nova física. Terceiro: a teoria quântica põe em relação a física e os outros campos do saber, nomeadamente a filosofia. O mundo é uma rede de informações recíprocas. A física empirista que pretendia sozinha esclarecer a substância fundamental da matéria baseava-se, no fundo, numa concepção demasiado ingênua de matéria, sem ter em conta a riqueza desconcertante dos processos, das relações e das interações que nos impele a pensar o mundo de uma forma mais articulada.

 

Quarto: Aceitando o princípio da relação, a ciência não tem de pôr de lado a dimensão de mistério. Escreve Carlo Rovelli no seu livro mais recente, “Helgoland”, Adelphi, 2020: “O frágil véu que é a nossa organização mental é pouco mais do que um instrumento insuficiente para navegar através dos mistérios infinitos deste caleidoscópio mágico inundado de luz, no qual, maravilhados, nos encontramos a existir, e a que chamamos o nosso mundo.”

É verdade: sem uma chave dialógica não se entende nada fora nem dentro de nós. Se tomarmos também o ser humano, sem mais, ele aparecerá como uma coisa tão intrigante e longínqua como a Lua. É quando colocamos o ser humano em relação que ele se avizinha e revela a sua natureza. Por isso, talvez seja uma coincidência sem qualquer relevância, ou não, o seguinte facto: quando o jovem Heisenberg descobriu na solidão da ilha do Helgoland, no Mar do Norte, as primeiras bases da física quântica, o que ele fazia nos intervalos do seu trabalho científico era decorar poemas de Goethe, onde se insiste na ideia de relação. Poemas como este: “Conheces o país onde os limões florescem/ E laranjas de ouro acendem a folhagem?// […] Conheces a montanha e a vereda de bruma,/ A alimária que busca a enevoada senda?/ Nas grutas ainda vive o dragão da legenda,/ A rocha cai em ponta e à roda a onda espuma,/ Conheces a montanha?”

Compartilhar

Quem acessou este conteúdo também leu:

13/05/2022

Maria quem é – 42 – A volta feliz


Leia mais
10/05/2022

A 13 de maio – A Senhora de Fátima, Santa Rita e Santa Joana d’Arc


Leia mais
04/05/2022

Cardeal Tolentino: Rezar o agora


Leia mais

Nossa missão neste site:

Caminhando com Ele, com Cristo, é uma Revista de Espiritualidade, fruto da insistência amiga, quando deixei de ser o encarregado do “site”de Itaici, Vila Kostka, em dezembro de 2008.
Sou o Padre Jesuíta Raul Pache de Paiva, SJ, conhecido simplesmente como “Pe. Paiva”.
Nasci no Rio de Janeiro e tenho andado por muitos lugares e países. Talvez os mais distantes foram Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, conheci bem os sertões de Minas e Bahia, Marajó da floresta inundada e tenho ido a quase todos os Estados. Trabalhei em educação, também universitária, e dou cursos e retiros (em particular, conforme Santo Inácio de Loyola e seus “Exercícios Espirituais”).
  • INÍCIO
  • CONTEÚDOS CATÓLICOS
    • COISAS DA BÍBLIA
    • COISAS DO POVO DE DEUS
    • PROSA E VERSO
    • MARIA QUEM É
    • NO SILÊNCIO DA TENDA
    • SANTOS
  • RECEITAS
  • CONTATO

FALE CONOSCO

    Seu nome (obrigatório)

    Seu e-mail (obrigatório)

    Seu telefone (obrigatório)

    Assunto

    Sua mensagem

    Mais recentes no site

    • Maria quem é – 42 – A volta feliz
      13/05/2022
    • A 13 de maio – A Senhora de Fátima, Santa Rita e Santa Joana d’Arc
      10/05/2022
    • Cardeal Tolentino: Rezar o agora
      04/05/2022
    • São José Trabalhador – 1o de Maio
      01/05/2022
    • Uma extraordinária mulher: Santa Catarina de Sena
      29/04/2022
    • INÍCIO
    • CONTEÚDOS CATÓLICOS
    • RECEITAS
    • CONTATO