São João Eudes (1601-1680)
(19 agosto)
Um homem, quase sozinho, seguindo as inspirações que o Senhor lhe dava, ajudou, na Igreja, a consolidar e difundir a devoção aos Corações de Jesus e Maria. Ele custou um pouco a ser canonizado, não tanto quanto Joana d’Arc ou o Padre Anchieta, que levaram séculos, mas só foi declarado santo em 1925, pelo Papa Pio XII. Mas já Pio X o intitulava “pai, doutor e apóstolo” do culto ao Sagrado Coração de Jesus.
João Eudes era francês, nascido na Normandia, o mais velho de 7 irmãos. Educado pelos jesuítas, entrou no Oratório, fundado por São Filipe de Néri, e foi aluno de dois luminares da Igreja e da congregação: De Bérulle e Charles de Condrem. Ordenado Padre em 1625. Em 1631, voltou a sua Normandia natal para ajudar no esforço contra a peste. De 1632 a 1675, retomou a tarefa de dar missões populares. Em 1639, foi nomeado Superior do Oratório de Caen, mas continuou dando missões populares, e também conferências formativas para o clero.
Daí, com a graça de Deus, lhe veio forte desejo de se dedicar também à formação do clero. Como esta atividade não fazia parte do carisma oratoriano, ele obteve licença para sair e fundar a Congregação de Jesus e Maria, atualmente conhecida como “dos Padres Eudinos”. Na sua decisão, também influiu uma mística, Maria des Vallées, ligada especialmente ao culto do Sagrado Coração, de quem ele escreveu uma biografia.
Sofreu forte oposição, porque, na Igreja da França da época, havia uma ala rigorista, com zelo amargo, os jansenistas. Mas apoiado pelo grande Padre Olier e por São Vicente de Paulo, não só levou adiante sua fundação, mas também criou o “Instituto do Bom Pastor” de Angers (1644), para recuperação de mulheres desviadas, além de uma como que Ordem Terceira, dedicada ao admirável Coração da Mãe de Deus.
De 1641 em diante, desenvolveu o culto, com licença especial para seus institutos, aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Depois de 45 anos dedicados às missões populares para a população camponesa, com 79 anos, ele partiu para os céus no dia 19 de agosto de 1680, em Caen. As regiões onde desenvolveu a grande maioria de suas mais de 115 missões populares, se têm conservado mais ligadas à prática da fé, do que as do restante da França, muito laicizadas.
Como diz a oração litúrgica de sua Missa, “Deus o escolheu para tornar conhecidas as insondáveis riquezas do Cristo”.
Que São João Eudes nos alcance conhecê-las, crescendo sempre no amor e no serviço de Deus nosso Senhor!